PÓS PAN

PÓS PAN

Muitos não mais passavam. Outros ainda passavam, olhares ao chão, mascaras na face, indefesas, abatidas sem sequer um tiro. A guerra era mundial, silenciosa, sem armistícios, não havia vencedores, todos derrotados pelo inimigo invisível que estava no ar. As armas usadas não eram de ataque, apenas de defesa, as mais prosaicas, água, detergente, álcool. Esconderijo, nem sempre seguro, cada casa. Até que um dia surgiu a salvação, uma pequena picada e a guerra estava terminada. No dia seguinte a epidemia de egoísmo, estupidez e insensatez voltava, como sempre, triunfante.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 06/04/2020
Código do texto: T6908301
Classificação de conteúdo: seguro