Já é dezembro?

Ela tinha a mania de riscar os dias na folhinha, coisa que herdou de sua avó, nos tempos em que não haviam celulares que precisavam dias, horas, temperaturas, etc. e tal.

Olhava delicadamente cada X, como uma expressão de dias vencidos.

Em tempo de Pandemia, ela precisou se dedicar a outros afazeres e no decorrer das tragédias da vida, se deparou com o calendário.

Março foi seu último mês de registro.

Quando ela deu conta, já era dezembro e até hoje não sabe se o tempo passou voando ou se ele simplesmente não passou.