Caos

Eu sou o caos, meus pensamentos correm tal qual uma Lamborghini e seus 640 cavalos. Pulam etapas, vão mais longe que meu coração é capaz de ir.

Gritam! Gritam muito e me apunhalam quase todas as noites. Eles não descansam, por mais cansado que o corpo esteja. Meus pensamentos correm tal qual uma Lamborghini e seus 640 cavalos e, às vezes, para tentar abafá-los eu corro também.

Sinto-me Forrest Gump correndo, conhecendo o mundo e contando minhas histórias no banco de uma praça. Quando eu as conto, a mente desacelera de alguma forma, eu relembro quem eu sou e fico bem. Lembro-me de todas as estradas em que caminhei, corri, gritei e implorei por alguma salvação.

Lembro-me das vezes que cuspi o sangue que havia em mim depois de ser destroçada por dentro. Mas, também lembro-me de quando nasceram girassóis nas frestas de minhas feridas, lembro-me de ouvir o pássaro cantando na janela e da borboleta pousando na ponta do meu dedo indicador.

Talvez eu, realmente, seja o caos. Seja uma explosão. Um meteoro se chocando com algum astro qualquer. Mas, há beleza no caos, há beleza nos fogos de artifício da virada do ano que anunciam o aproximar de um possível recomeço.

Há beleza em se agarrar a quem se é e aprender a se amar apesar de tudo, apesar do caos, apesar de todos os pensamentos que gritam dentro de mim. Enquanto escrevo desacelero. Enquanto escrevo eu sinto o mundo abrir a minha frente e, de repente, muitas coisas passam a ser possíveis. De repente meu caos se aquieta e minha explosão torna-se um espetáculo pra quem gosta de admirar o céu a noite.

Amanda K Abreu
Enviado por Amanda K Abreu em 16/08/2021
Reeditado em 16/08/2021
Código do texto: T7321663
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