QUADROS

Monalisa olhava os cenários pela janela do ônibus e imaginava cada cena enquadrada em um quadro que estava pintando com a realidade que via.

Sempre fora dotada de grande imaginação. E as tintas eram lançadas sobre tudo o que passava por aquela janela. Uma aquarela de acontecimentos do dia a dia com a cores ora vibrantes ora opacas da realidade.

Num quadro alguem ia, noutro vinha. Os namorados namoravam na praça. Um senhor cruzava a rua carregando uma sacola. A porta da igreja estava cheia. Um cachorro vasculhava o lixo. Quatro idosos jogavam baralho numa mesinha da praça....

Cenas e cenas enquadradas em lindas molduras.

O pincel pincelava para lá e cá, eternizando na lembrança os quadros pintados naquela viagem enquanto passava por aquela pequena cidade.

Não teria exposição, se apaguariam da memória, as tintas secariam e outros quadros seriam pintados depois.

Poderosos pinceis da imaginação.