Quando Falta Razão

Sobre o jardim relvado, umedecido pelo chuvisqueiro intermitente, elas rastejavam, demarcando o caminho com um fio de gosma. Sentido pena das infelizes, peguei uma por uma e levei para o sertão semi-árido da Paraíba; e sob sol de 40 graus C, pendurei-as pelas antenas no varal para secar, formando um longo cordel de lesmas.

Esbravejaram raivosas pela minha atitude, que nada mais foi, que salvá-las do excesso de umidade. Temia que todas elas, somado a hipotermia, morressem afogadas pela chuva que não cessava de maneira alguma.

Depois dessa, quando falta razão ao agraciado, Santo de casa não faz milagre! Como Pilatos, lavo minhas mãos com sabão antibactericida; e como não posso secá-las penduradas no varal, para não consumir muita água na lavagem da toalha, enxugo-as em um lenço fino de mão. Tudo, ou quase tudo que faço é em prol da Sustentabilidade, leveza e longevidade da Vida no planeta.

A razão é a intermediadora entre o livre arbítrio e o bom senso.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 17/02/2020
Reeditado em 17/02/2020
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