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1.
Olhava sério para o relógio. Abandonava o conforto em nome de um sonho. Todos o criticaram, a indiferença ser-lhes-ia fatal.
2.
De repente voltar assim atrás com a palavra. O carro acelera rumo ao vazio. O sonho transforma-se em pesadelo recorrente.
3.
Fez o que quis. Os vizinhos espiavam cada movimento. Reprovando as ideias, o desconforto do corpo a balancear, pura falácia.
4.
O vento a soprar, os corpos inquietos movem-se. O negócio retoma o seu ritmo. Milhões de pessoas cruzam-se na indiferença.
5.
Tinha uma chance. O ritmo da vida iria acelerar. Os que acreditavam, nem sabiam porquê, os outros enlouqueciam. Naturalmente falhei.
6.
Um caso de uma noite perdida. As mentiras perfeitas. De coração apertado punha-se à janela, desejando que os filhos voltassem.
7.
No ritmo das mentiras descobertas. As pequenas obras, que evoluíam em cima de antigas memórias. Os vizinhos que se espancavam.
8.
Olhava para o tecto, as viagens eram de dor. Um dia olhei para o chão e lá estava ela, morta.
9.
No espectáculo todos aplaudiam, conforme os olhares, críticas ou medos. No palco todos lacrimejavam, na sua imitação de vida infinita.
10.
O medo não os fez parar. Remaram contra o Adamastor, sabendo que, para onde foram, apesar das lutas, sobreviveriam ilesos.