Photo by Sam Moqadam on Unsplash

 

1.
Olhava sério para o relógio. Abandonava o conforto em nome de um sonho. Todos o criticaram, a indiferença ser-lhes-ia fatal.

 

2.
De repente voltar assim atrás com a palavra. O carro acelera rumo ao vazio. O sonho transforma-se em pesadelo recorrente.

 

3.
Fez o que quis. Os vizinhos espiavam cada movimento. Reprovando as ideias, o desconforto do corpo a balancear, pura falácia.

 

4.
O vento a soprar, os corpos inquietos movem-se. O negócio retoma o seu ritmo. Milhões de pessoas cruzam-se na indiferença.

 

5.
Tinha uma chance. O ritmo da vida iria acelerar. Os que acreditavam, nem sabiam porquê, os outros enlouqueciam. Naturalmente falhei.

 

6.
Um caso de uma noite perdida. As mentiras perfeitas. De coração apertado punha-se à janela, desejando que os filhos voltassem.

 

7.
No ritmo das mentiras descobertas. As pequenas obras, que evoluíam em cima de antigas memórias. Os vizinhos que se espancavam.

 

8.
Olhava para o tecto, as viagens eram de dor. Um dia olhei para o chão e lá estava ela, morta.

 

9.
No espectáculo todos aplaudiam, conforme os olhares, críticas ou medos. No palco todos lacrimejavam, na sua imitação de vida infinita.

 

10.
O medo não os fez parar. Remaram contra o Adamastor, sabendo que, para onde foram, apesar das lutas, sobreviveriam ilesos. 

 

Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 30/10/2021
Código do texto: T7374819
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.