Um pouco de Cafajestice, é legal!

Cinco horas da manhã. Ainda havia luzes artificiais nas ruas, ofuscando o brilho da Lua. Algumas patas de cavalos riscavam as estradas de terra. Uma vez que chovera à noite, não levantava poeira; garantindo assim, boa visibilidade.

Inácio, o galo supremo do terreiro acordou a galinha, doravante frangota ou frangola, que dormia separado, no galho de uma árvore um pouco distante do galho, onde as demais galinhas dormiam. Cena estranha, pois nunca houvera algo parecido. As galinhas, as frangotas, os galos estagiários e Inácio dormiam juntos, na mesma árvore.

Saíram pé ante pé. Estando os dois fora do terreiro e já na rua, Inácio bateu asas, deixando-a alí. A frangola arrumou as penas no corpo, conferiu o horário e as mensagens no celular, retocou o batom nos bicos, cacarejou alguma coisa e pulando sobre uma perna de cada vez, como quem pula "amarelinha", rumou gargalhando da noite mal dormida. Inácio voltou sorrateiro para o galho / poleiro. Irradiava felicidade.

Por sinal, sobre felicidade, a cegueira é cúmplice da felicidade; ou é o contrário?

- Sim, a felicidade é efêmera e como tudo, tem o lado bom e positivo, pois custa pouco. Titicas monetárias!

Acompanhado pelas galinhas e incluída no bolo a que dormiu em seu poleiro, pelas frangolas dos vizinhos, galo Inácio discorreu sobre o tema em seu terreiro. Ao final da conferência, evento que durou quase uma tarde inteira, foi aplaudidíssimo. Momento esfuziante.