A Viola (Novela) Conto da Viola Chorosa 06 de março...

Pego minha viola e

me pego a lembrar de

um passado, canto,

todo e choro.

Meu sorriso apaga,

mais mesmo assim,

eu toco e canto. Debaixo

do meu humilde teto, eu

tento cantar e relembrar

alguns rítmos, sem

chorar e apenas tocar e

cantar. Minha velha viola

chorosa, um samba

antigo eu canto, tocando

do meu jeito, assim meio

sem jeito. Eu encanto e

faço da minha melodia o

meu recanto. Pego minha

viola tão simplória, que

entre velhas cordas eu canto,

para um público, que já não

existe mais, me desencanto.

Neste pequeno canto onde

eu canto, toco e choro, faço

minha viola a encontrar um

outro rítmo para o meu canto.

Quando moça, eu cantava

tão afinada, ajustava meu

canto em companhia das

linhas da vida. Já com a

minha idade avançada,

abro minha memória e me

emociono.Toco lembrando

e toco cantando. Mesmo com

a minha pouca força, vou

continuar a cantarolar, pois

o que eu sei fazer, é só tocar

e cantar. Letras se misturam

num repentino esquecimento,

que já se foi com o vento,

quando eu canto, toco e choro.

Oh! Minha viola que toco e

amo tanto, que sozinha eu

canto. Minha viola da poesia,

que com amor eu toco e canto.

Até me arrisco e danço.

Esta cantoria que eu canto

sem chorar, me faz de um

amor do passado relembrar.

Agora, eu encosto minha viola

em meu colo, fonte de poesia

a minha cantoria. Onde vou,

ela me acompanha e comigo

toca. Chega a gemer, quando

eu canto e choro, nas minhas

dez cordas por mim feitas

de aço. Vem e toca para o

meu amor viola chorosa.

Luciana Bianchini

Luciana Bianchini
Enviado por Luciana Bianchini em 07/03/2014
Reeditado em 08/03/2014
Código do texto: T4718379
Classificação de conteúdo: seguro