O Perfume do meu Sertão- Uma estrela nasce em meio ao caos! (Segunda parte).

13 capítulo

Fausto com a expressão séria, chama o amigo Jairo para uma prosa de canto.

Jairo: Mas que cara é essa Fausto!?

Está devendo pro diabo?

Fausto: Pare de micagem e me escute bem... você é o único que sabe a verdade sobre minha vida.

Jairo: Sim, e nunca falei pra ninguém, mas pra quê tanta aflição!?

Fausto: Me meti na maior confusão, agora querem de todo o jeito a minha cabeça...

Jairo: Minha virgem! E agora!?

Fausto: Fale baixo... agora preciso sumir, evaporar de uma vez.

Jairo: E Jacira, a sua filha? como irão ficar!?

Fausto: É ai que você entra em cena...

Jairo faz uma expressão de desconfiança, mas iria ajudar o amigo por lhe dever vários favores. Fausto conta todo o plano e o rapaz, jura ajudar.

Fausto: Você entendeu? Quero que prometa proteger a minha família.

Jairo: Tá mais que prometido. Você sempre me ajudou nessa vida... não vou lhe faltar nesse momento.

Os dois amigos se abraçam e apertam as mãos selando o pacto. Fausto volta para dentro da casa e vê Jacira amamentando o pequeno bebê. Jacira olha para o marido e fala sobre a má impressão.

Jacira: Fausto, quando você saiu eu tive um mau presságio!

Fausto: Lá vêm você com as suas crendices...isso não existe mulher!

Nesse momento a parteira entra e vê Fausto falando alto com sua mulher.

Parteira: A mulher quando ganha um filho, fica sensível... tenha mais paciência.

Jacira: Só estou falando de um ligeira impressão, um aperto no coração... vou ficar quieta.

Fausto fica sem jeito e acende um cigarro de palha, a lavadeira termina de alimentar seu bebê e dorme mais uma vez. O homem observa a sua filha e se despede com dor no coração, estava próximo de executar o seu plano... iria sumir na sombra da madrugada.

Fausto esperou algumas horas e viu que tudo estava tranquilo, todos estavam dormindo. Então deixa com a filha um crucifixo, e rapidamente pula a janela acordando o amigo Jairo, que dorme em uma rede.

Fausto: Jairo... Jairo... acorde homem.

Jairo: Que foi? me atormentando essa hora!?

Fausto: Se esqueceu aluado, vou sumir por essa noite.

Jairo: Vai ter coragem de abandonar sua família?

Fausto: É preciso, não tenho saída! Quando acordarem siga com o plano.

Jairo: Que Deus me dê forças... tenha muito cuidado, as estradas são traiçoeiras... está levando mantimentos?

Fausto: Sim, sou macaco velho, eu sei me virar!

Jairo: Vai com Deus seu ladrão safado... se precisar de algo me mande um postal.

Fausto: Não fique esperando postal, porque não vou mandar... vou cair no mundo! Sou muito grato pela sua ajuda irmão.

Os amigos se despedem e o ladrão some sorrateiramente iluminado pela luz do luar.

A noite fica cada vez mais escura e a lua serve de farol para os viajantes perdidos.

Fausto galopa silenciosamente entre a vegetação, de repente seu cavalo para, bem em frente a fazenda de João Miguel, onde de longe só se vê a luz do lampião.

O homem então faz o sinal conhecido, piando feito uma coruja, pia três vezes para que Lúcia saiba de sua visita. Alguns minutos se passam, e a moça sai da porta de trás da casa grande e corre até o encontro de Fausto.

Lúcia: Está louco!? Porque não me avisou antes que vinha?

Fausto: Vim me despedir, pois estou de partida.

Lúcia: Partida? Pra onde?

Fausto: Ainda não sei... vou cair no mundo!

Lúcia: É a polícia que está em sua procura né! Aquele delegado gordo me encheu de perguntas, um verdadeiro inferno!

Fausto: E você não disse nada...

Lúcia: Acha que sou burra!? É claro que não, se dissesse algo sobre nós, essa hora estava atrás das grades!

Fausto: Por isso que gosto de você... sempre esperta, rápida e muito bonita...

Os amantes se abraçam a luz do luar, e na cozinha Eulália observa tudo entre a porta.

Lúcia: Você vai embora e como eu fico?

Fausto: Vai ficar com saudades dos meus beijos...

Lúcia: Hahahaha!!! Mas é claro que não... A única coisa que me atrai em você, é o dinheiro fácil.

Fausto: Ah! Então eu só sirvo pra lhe sustentar!?

O ladrão puxa a sua arma e aponta para a barriga de Lúcia.

Fausto: Sua mulherzinha de quinta!

Lúcia: Não tenho medo de você, ladrão pé rapado... se me matar meu pai te caça até no inferno.

Tudo isso é novidade pra você!?

Porque acha que eu me dou ao trabalho de ficar com um marginal, pobre feito você?

Fausto: Sua cobra maldita, rameira do inferno... só não te mato por não valer a pena!

Vou te deixar pro mundo, ele sim vai se encarregar de você.

Lúcia: O mundo pra mim é maravilhoso, vou ficar noiva e milionária... Hahahaha!!!

Agora você... vai ser morto andando nesse sertão bravo!

Fausto olha bem pra cara da megera e segura o seu braço com toda a força. Nesse instante ouve-se alguém chamar da casa grande.

Eulália: Lúcia!!! O que faz no terreiro!?