A tragédia Carnavalesca – O primeiro Ato
Nesse Carnaval não vou Márcia
Terei dramas para escrever
Folhetins para renascer
Terei dias a mais para envelhecer
Ah ! meu trio é tão grande que não cabe na Avenida
E todas as columbinas já nascem prometidas a seus pierrots
E todos os palhaços e mágicos recebem melhor do que os políticos ávidos
Olha ! A obscenidade da cerveja requentada
No mijo que lançam no povo
Para a quarta-feira de cinzas
E esse catador de latas sub-humano
Tão crente em Deus e nos valores da Democracia
Tão sóbria e segura essa forma de Alegria
Tantas pessoas pra nascer com microcefalia
Não sei se teria dinheiro no bolso
E celular do bom pra me roubarem
Ah esse malandros
Se todos os problemas do mundo fossem os malandros
E somente esses que aproveitam bem todos os Carnavais
A masculinidade gritante e ignorância de Vadinho
De peito aberto e utilizando as alfazemas de Gandhi
Beijando as mulheres mais feias e agonizantes
Como um sopro de loucura
Que não foi possível extravasar no sistema seguro
Na Eternidade não existe Carnaval
Não existe o sopro de vida
Quando a vida é integral
Na visão da totalidade cósmica
As tempestades de areia desérticas
E os tsunamis que abalaram a costa Leste
Deixaram marcas atrozes
Abalos sísmicos que catalisam suspiros
Bem assim é a festa
Que deixará o sabor agridoce de sangue
A descontinuidade do que não foi resolvido
A política catastrófica
A desigualdade do camarote
Onde bebem whisky de
Passárgada e das Ilhas Canárias
Onde falam e acordam sobre os Cassinos
Das próximas Ilhas colonizadas
Das mulhreres subjugadas
Da cólera masculina
Selvagem, moderna e Rosseauniana