A TERRA NÃO ESTÁ SÓ - capítulo 16 - O GRUPO ENTRA EM AÇÃO

Entre os cinco membros do grupo, todo entendimento era, plenamente, intuitivo, e com base nessa interligação, jogamo-nos em meio ao feixe luminoso, crendo que nenhum mal nos faria, no que estávamos corretos. Tratavam-se, na verdade, de pulsos fotônicos, em tal nível de concentração, que poderiam causar danos enormes em nosso satélite natural.

De tal maneira nos agregamos à emissão, que pudemos usá-la como meio de transporte para chegarmos aos locais que recebiam tal projeção. Interessante observar que, apesar de luminoso, nas primeiras centenas de metros, o feixe tornava-se, após, invisível. Muitíssimo mais interessante, foi verificar que nos locais de destino, foram postados poliedros de cristal, que fragmentavam e refratavam o feixe, reconduzindo-o, já dividido, para locais diferentes da superfície da Terra. Dividimo-nos e voltamos a pegar carona nos pequenos feixes, cada um para um destino diferente, retornando ao planeta. O que descobrimos foi revoltante.

Fui dar em uma cordilheira erma no norte do Canadá, onde um complexo de refletores metálicos orientava o feixe, que era, finalmente, recebido em um maquinário que, pasmem, plasmava vários tipos de equipamentos e, principalmente, armas pesadas e sofisticadas. Era uma espécie de teletransportador ramificado, espalhando armamentos pelo orbe.

Os outros membros do grupo encontraram cenas semelhantes em áreas, igualmente ermas, de outros continentes, mas havia muito mais, pois tivemos tempo de identificar dezenas de subdivisões do feixe original, ainda na lua. Tudo indicava que os grupos humanos, unidos a aliens, estavam quase prontos a assumir o controle mundial, ou fazer muito estrago.

Poderíamos destruir o que estivesse à vista, mas levaríamos muito tempo até conseguir impor a quebra total dos agressores, e alertados, poderiam reagir, violentamente, produzindo efeitos danosos para todo lado. Tínhamos de chegar às fontes de alimentação da organização.

Cada um de nós ficou onde havia chegado, e no uso de habilidades próprias, conseguiu se inserir nos complexos observados. Camuflados, todos conseguimos passar despercebidos, apesar de alguns aliens sentirem, sutilmente, nossa presença; e prestando atenção às rotinas, atividades e conversas, descobrimos a localização das três unidades principais de comando, que centralizavam todas as operações no planeta. Um era próximo a Alice Springs, Austrália, outro perto de Murmansk, Rússia, e mais um colado a Manágua, na Nicarágua. Porém, havia nas proximidades de Mosul, norte do Iraque, quase na fronteira com Síria e Turquia, um ponto de convergência das comunicações, embora nada se falasse a respeito desse local.

André, Jardel e Cecília foram visitar os comandos identificados, enquanto eu e Magda, nos incumbimos de verificar o que significava aquele misterioso ponto no oriente médio. Logo ao nos aproximarmos, mesmo estando camuflados, fomos alvejados pos inúmeros feixes laser, que fluíam de vários locais. Eram ataques automáticos, de nichos alienígenas, mas antes que nos identificassem, subimos, rapidamente até a órbita geoestacionária acima, recolhemos uma sucata, oriunda de algum satélite antigo, e a projetamos para onde estávamos antes.

Aceleramos nosso metabolismo, até que alteramos toda nossa estrutura corpuscular e nos equiparamos, em textura, aos habitantes da dimensão sutil. Enquanto a sucata lançada era alvejada, continuamente, passamos despercebidos, e nos dirigimos ao ponto central protegido.

Era uma rocha gigantesca, que pudemos atravessar, devido ao nosso estado corpóreo, e dentro observamos maquinário suficiente para movê-la, mas nada mais, na caverna que se estendia a perder de vista e tinha altitude superior a dez metros. Nosso estranhamento durou só alguns segundos, após os quais plasmou-se passagem dimensional em duas paredes, que davam acesso a corredor iluminado e espelhado. Dois alienígenas surgiram, repentinamente, à nossa frente e por ali entraram, acompanhados de perto por nós.

Chegamos a uma sala de reuniões diferenciada, onde cada membro ficava num nicho de vidro, conectado eletronicamente, e assim identificamos dezessete. Auscultando seus íntimos, vimos que eram representantes de grandes conglomerados financeiros, com exceção dos dois aliens que seguimos, mais outros dois, de raças diferentes, que já estavam na sala. O idioma utilizado era desconhecido dos terráqueos, mas podíamos compreendê-lo, facilmente.

Rapidamente, identificamos a origem de cada ramo daquela associação infeliz, e todos seriam visitados, desqualificados e despersonalizados, antes de deflagrarmos a aniquilação final de quartéis e armamentos. Ainda não sabíamos como agir, mas utilizaríamos recursos que privilegiassem a transformação, ao invés de violenta destruição, material e orgânica.

nuno andrada
Enviado por nuno andrada em 06/03/2016
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