A TERRA NÃO ESTÁ SÓ - capítulo 17 - O INÍCIO DO CONFRONTO

Eu e Magda, ainda no recinto da reunião, trocamos mensagens mentais rápidas e optamos por utilizar recurso engenhoso para travar operações em andamento. Criamos um campo de indução positiva, que, a partir de determinado nível vibratório, interagiu com os pulsos elétricos da rede estrutural do ambiente, criando súbita e enorme sobrecarga elétrica, semelhante ao que ocorre com relâmpagos numa tormenta. Durante nossa saída da fortaleza, podíamos observar o desmantelamento do aparato, sob explosões grandes e contínuas. Seria difícil descobrirem o que houve e recuperar a normalidade das atividades que conduziam.

Pairamos, volitando, numa faixa inferior da estratosfera, a cerca de vinte quilômetros de altura, e orientamos nossos companheiros a fazerem o mesmo, onde estivessem. Condições específicas dessa altitude facilitaram nossas comunicações mentais, para que detalhássemos planos, sem a necessidade de encontro físico. Todos receberam a lista das famílias e outros associados ou instituições, que deveriam ser neutralizados, para liquidar as finanças de todas as operações ocultas. Cada um dos cinco assumiu parcela dos nomes visados, tendo sido definida operação em duas etapas distintas, visando pessoas e empresas ou bancos.

Após o entendimento, cada um seguiu seu destino e me dirigi a Luxemburgo. Sabia que a explosão que provocáramos resultaria em reunião de emergência entre os grandes. Entrei, sem dificuldade, no subsolo de enorme mansão, encontrando quarenta e dois, dos duzentos e quarenta e quatro nominados. Havia centenas de humanos e aliens protegendo o local, mas só vinte na área subterrânea. Vibrei meu campo pessoal, intensificando a projeção de um feixe energético próximo ao raio gama, que inundou o local e provocou saltos cromossômicos instantâneos em todos os presentes, inclusive ETs, e os fez perder, totalmente, a consciência. Isolei todos os acessos ao local e expedi mensagem dissimulada aos de cima, indicando ausência de comunicação, de contato e telefonemas, por um período de várias horas.

Em dois outros locais agi do mesmo modo, quando soube de meus parceiros que de toda a lista, restavam seis pessoas por visitar. Cecília se incumbiu delas, enquanto nós outros nos dirigíamos aos grandes provedores de tráfego eletrônico, cabos ultramarinos, satélites de uso restrito e pulsatrons (microsatélites camuflados) da darknet (a internet negra). Agora havia outro recurso a ser implementado. Criamos, cada um de nós, um canal de comunicação com a termosfera, numa altitude média de trezentos quilômetros acima do nível do mar, manipulando nossa mente para que dali absorvesse elementos que nos permitissem produzir nano bombas de fragmentação eletrônica, para introduzi-las nos sistemas descritos. Foram milhares delas.

Com precisão cirúrgica, capacitamo-las e as introduzimos para desativar, totalmente, a darknet, os pulsatrons, todos os bancos de alto investimento, todas as transações financeiras acima de meio milhão de euros e todas as comunicações sobre armamentos. Antes que tais bombas detonassem, teríamos de neutralizar boa parte dos destacamentos espalhados pelo orbe, pois não demoraria a que percebessem nossa ofensiva. Optamos por criar sismo canalizado, que atingisse dois terços dos quartéis, enquanto destruiríamos o condutor laser da Antártida, para neutralizar o envio de armas. Pretendíamos a desmobilização e não um confronto direto, mas eles estavam estabelecidos em grande número e não tínhamos como agir de outro modo. Não havia tempo para reflexão, então nos dirigimos, todos juntos, aos bolsões de magma mais volumosos e criamos cadeia de escapes subsequentes, que atingissem os objetivos pretendidos. No decorrer do processo, atacamos o núcleo da Antártida, inutilizamos o laser, isolamos a comunidade abaixo e aplicamos mais um salto cromossômico nos ocupantes da base, tornando-os inertes. Aí sentimos o abalo dos tremores provocados.

Simultaneamente, as nanobombas inviabilizaram a maior parte das comunicações e operações eletrônicas, mas em contrapartida, alertaram as vinte e duas tropas restantes. Não podíamos atacar todas ao mesmo tempo, e por isso escolhemos as, estrategicamente, mais perigosas. Queríamos inutilizar os armamentos, sem provocar mortes ou ferimentos, mas não sabíamos bem o que fazer, enquanto nos aproximávamos de nossos alvos.

De repente, um abalo surdo, sem estampido, mas com poder avassalador, nos atingiu e imobilizou. Aconteceu em todos os lugares ao mesmo tempo, com todos de nós. Quando nos refizemos do susto, vimos que, absolutamente, todos os armamentos existentes, tinham sido inutilizados, restando-nos lidar com as tropas, o que empreendemos sem grande esforço.

Em nossas mentes vibrava uma mensagem: - A Aliança os apoia, dentro do possível.

nuno andrada
Enviado por nuno andrada em 11/03/2016
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