RP - ERA UMA VEZ... EM CASA BRANCA - PARTE 36

ERA UMA VEZ... EM CASA BRANCA

PARTE XXXVI

Ao chegarem à fazenda já é quase noite. Ao passar pela porteira e começar a atravessar a alameda, Diana grita:

- Para, Cla! O Chico está ali tirando jabuticaba e a Mônica está com ele. Para, para!

- Calma, Diana, que agonia, ele diz, parando o carro.

Diana desce e se aproxima correndo da jabuticabeira onde Chico está colhendo algumas frutas e conversando com Mônica que tem Elis nos braços. Elas se abraçam.

- Que bom que você está aqui.

- Oi, gatinha. Tudo bem?

- Mais ou menos, ela diz, já apanhando algumas jabuticabas de dentro de cesto que Chico carrega. - Você já soube que meu irmão sumiu?

- É, soube. É por isso que eu estou aqui. Vim ajudar.

- Legal, mas a gente já procurou por tudo aí em volta e não achamos ele. Vai precisar de muito mais gente pra fazer isso, mas minha mãe deve estar precisando de ajuda. O Wagner nem é filho dela, mas ela está muito triste.

- Então vá lá dentro falar com ela. Ela perguntou de você agorinha. Disse que você saiu sem almoçar.

- Tá, diz a menina. - Estou com fome mesmo.

- Então não vá encher a barriga de jabuticaba, menina, diz Chico.

Diana ri, coloca uma jabuticaba na boca de Chico e beija Mônica.

- Tchau!

Elis estende os bracinhos querendo ir com ela.

- Didi! - ela chama, querendo chorar.

Diana ia correr, mas volta e pergunta, voltando-se para o irmão.

- Deixa ela ir comigo? Pode Cla?

- Pode, mas cuidado com ela, ele responde.

Elas vão correndo, na velocidade que as perninhas de Elis deixam, em direção à casa grande.

Cláudio que tinha ficado de longe ouvindo a conversa, aproxima-se e pergunta:

- O que você está fazendo aqui?

- Você ouviu, vim ajudar, ela diz serenamente.

- Ajudar em quê?

- Eu liguei pra cá à tarde pra conversar com o Wagner e a Matilde disse que ele estava sumido. Ela estava chorando tanto que não pode nem explicar direito. Eu resolvi vir pra... saber de tudo e... falar com a Magda e... com você.

- Seu pai está aí?

- Não, ele está no hospital. Achou melhor ir trabalhar. Não sabe de nada ainda, mas a Tânia já ligou duas vezes, querendo falar com você.

Ele entrega as chaves do carro a Chico e pede:

- Leva o carro até a casa, por favor, Chico? Meu pai está?

- Não, ele foi pra cidade registrar ocorrência do sumiço do seo Wagner. Os amigos dele vieram agorinha e disseram que andaram por todo canto, mas não encontraram nada, não, senhor. Pediram pra dizer pro senhor que voltam amanhã bem cedinho. Estava todo mundo muito cansado. Os policiais também não acharam nada. Foram até a boçoroca. Rodaram tudo por lá e nada. Também estou muito preocupado, doutor.

- Todo mundo, Chico. Leva o carro, por favor.

O jardineiro coloca a cesta no banco do carro e vai fazer o que Cláudio pediu. Depois que o veículo se afasta, ela diz:

- Me desculpa por hoje de manhã. Eu não teria chamado você se soubesse...

- Não importa mais.

- Tem ideia do que aconteceu?

- Não... - ele diz, começando a andar devagar pela alameda na direção da casa. Mônica o acompanha. - A princípio eu pensei que ele tivesse... fugido.

- Fugido? De quê?

Cláudio para e se volta para ela.

- De você. Pra não se casar com você.

- Mas eu disse pra ele que...

- Você confundiu a cabeça dele de uma forma que meu irmão não sabia mais o que pensar. Nem eu. O que você conversou com ele naquele almoço, ontem, afinal?

- Nada... nada demais. A gente só almoçou... Mas eu o tranquilizei sobre a...

- De qualquer forma... já está bem claro que... ele não saiu daqui por vontade. Meu irmão foi levado daqui a força.

- Sequestro? - ela pergunta.

- É o que o Arnaldo está investigando, Cláudio diz, passando a mão pela testa. Sua cabeça dói levemente.

Andam por alguns minutos em silêncio e ele pergunta:

- Como está seu pai?

- Bem... na medida do possível. Magoado, zangado, decepcionado, chocado... mas bem. Eu não falei mais com ele depois...

- E falaria comigo?

Mônica fica em silêncio. Olha para a casa não muito distante agora e diz:

- A Magda deve estar precisando de mim. Eu vou...

- Mônica! - ele a segura pelo braço.

Ela se retrai e solta o braço da mão dele, fechando os olhos.

- A gente já falou muito sobre isso.

- Muita coisa mudou...

- Não mudou nada! Eu não vou voltar atrás, ela diz, nervosa, sem olhar para ele. – O que vale agora foi o que eu contei ao meu pai: eu conheci um rapaz no curso de enfermagem no início do ano, me apaixonei por ele, fiz o que não devia e engravidei; nos separamos e a estória é essa. O nome do pai do meu filho não interessa.

- Você disse pro seu pai que ele é casado...

- Pra proteger o Wagner! Chega! Você não entendeu ainda? Vai ser melhor pra todo mundo. Vá ligar pra sua mulher e falar com ela, antes que ela venha aqui fazer isso pessoalmente, se já não estiver vindo. Ela e seu filho precisam mais de você que eu. A gente tem que pensar no Wagner agora.

Ela olha para ele ligeiramente e segue rapidamente para a casa. Cláudio a segue pouco depois.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... CASA BRANCA

PARTE 36

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 09/02/2018
Código do texto: T6249157
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