RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES? - PARTE 5

ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE V

- Eu não posso te explicar por telefone porque eu também não sei de muita coisa, mas Stanley Russel pode transformar os Valle em pó se quiser, num estalar de dedos, diz Cláudio.

- Como assim?! Por quê?

- Bem, isso é irrelevante agora. O importante é que você está bem. E eu estou muito feliz com isso. Estava ficando quase maluco preocupado com você. Todo mundo aqui.

- O papai está aí?

- Não, senão não era eu quem estava falando com você. Ele foi pedir ajuda à polícia de Campinas pra te procurar.

- Escuta, Cláudio, eu já estou nas primeiras páginas dos jornais?

- Da Folha de Casa Branca, com certeza, Cláudio responde sorrindo.

- Poxa, que legal! Eu vou tirar a maior onda com a turma quando voltar.

- Estão todos aqui preocupados com você, o Beto e companhia limitada.

- Fala pro Guto que eu fui sequestrado mesmo e que estão pedindo cem milhões de resgate por mim. Tenho certeza que ele vai acreditar.

- Você não tem juízo mesmo...

- Estou brincando. Manda um beijo pra Magda, pra Didi e pra todo mundo que se preocupou comigo. Eu vou ter que desligar, agora. O velho disse que é avarento e a conta vai ser grande. Eu estou me sentindo um rato de porão nesse casarão. Você precisa ver. Cabem duas Quatro Estrelas no jardim dele!

- Eu acho que você está exagerando, mas... como ele está te tratando até agora?

- Eu acho que bem... Ele me chama de garoto, de meu filho e outros trecos... mas parece inofensivo. Ele tem mais de oitenta, não tem não?

- Oitenta e cinco, acho... Quando o papai se casou com a neta dele, ele tinha... cinquenta e oito mais ou menos. Deve ser isso.

- Você está por dentro, hein?

- Não há nenhuma vantagem nisso. Eu o conheço menos que você agora. Eu nunca o vi. Só sei que é muito rico. Talvez três vezes mais que o papai.

- Pela casinha que ele tem, eu posso calcular, mas... fala sério, Cláudio, o que você acha que ele quer comigo?

- Não sei. Na melhor das hipóteses pode estar querendo só te conhecer.

- Mas me tirar daí a força...

- Ele é um velho sozinho, milionário e excêntrico. Acho que deve ter pensado que você não quisesse ir de livre e espontânea vontade e papai poderia não deixar também, por isso achou mais fácil te pegar na marra.

- E eu nem vi a viagem. Dormi o tempo todo... Bom, vou desligar, tá? Se ele deixar, depois eu ligo de novo. Estou me sentindo melhor depois de ter avisado você. Eu vou me divertir um bocado, se vou.

- Cuidado com ele, hein? Ele pode te colocar nos joelhos e te aplicar meia dúzia de palmadas.

- Eu já pensei nisso umas duas vezes nesse curto espaço de tempo que eu estou aqui. O velhinho é baixinho, mas tem um gênio... Mas está mais fácil eu fazer isso com ele. Oitenta e cinco anos... Ah, maninho mais velho, é verdade que a nossa mãe se parecia comigo, ou melhor, é verdade que eu me pareço com ela?

Cláudio fica em silêncio por um instante e responde:

- Parece sim. Você nunca reparou pela foto?

- Nunca nem liguei pra isso. Só sei que ela era muito bonita.

- Era sim. Você é uma versão masculina dela. Só não tem olhos azuis.

- Foi o que ele disse. Posso te encher mais um pouquinho?

- Você não faz outra coisa, Cláudio diz, sorrindo.

- Só umazinha... Como ela era, digo, como pessoa?

Cláudio fica sério e respira fundo. Aquele assunto sempre o deixou desconfortável.

- Wagner, a gente está no telefone. Desligue, tá? Foi muito bom ouvir sua voz de novo. Espero que você volte logo.

- Eu também e aí você me explica por que me deixa sempre no vácuo quando fala da nossa mãe. Dá um beijo na Magda e nas meninas e diz pro papai... que eu não vou acreditar em nada do que aquele velho rabugento disser... que eu o amo demais.

- Anotado.

- Tchau, maninho.

- Bye.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE 5

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 12/02/2018
Código do texto: T6251521
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