RP - UM SONHO POSSÍVEL - PARTE 19

UM SONHO POSSÍVEL

PARTE XIX

Cláudio sorri sem vontade e se apoia no volante, olhando para a igreja.

- Pode, pode sim, mas você não é doida de sair andando essa hora da noite, sozinha, grávida... por mais segura de si que seja. Aí, eu vou ter certeza de que você realmente está querendo brincar de boneca às minhas custas, comigo e nosso filho.

Mônica cruza os braços e se encolhe toda no banco do carro, aflita.

- Não se preocupe, ele diz, vendo essa reação dela. - Eu não vou te tocar. Eu só quero esclarecer dúvidas minhas. Eu quero ter certeza de que me apaixonei por uma mulher e não por uma criança. O que eu vi hoje o dia inteiro foi a mulher e a enfermeira cheia de atitude que sempre trabalhou do meu lado e me ajudou a cuidar das crianças que eu amo, como uma profissional exemplar. A mulher por quem eu me apaixonei, apesar de ter apenas dezesseis anos. Até você me fazer prometer que não falaria mais sobre nós dois, eu nem percebia que você só tinha dezesseis anos. Pra mim, você era mais velha que eu e eu te amava por isso. Foi você que deixou de me amar...

- Não! Eu ainda te amo e... justamente por isso, por não querer acabar com a sua vida, pra te preservar... eu não posso continuar com isso, Cláudio.

- E você acha que indo embora daqui com meu filho vai me preservar? Que isso não vai acabar com a minha vida? Que espécie de homem você pensa que eu sou pra ficar olhando pra tudo isso impassível e ficar de boca fechada vendo você sair do país com meu filho? Você acha que eu vou conseguir continuar vivendo nessa mesma vidinha, com todo mundo me dizendo que eu sou o bom médico, o bom filho, o bom marido, o bom genro, como sua tia diz... sabendo que a mulher que eu amo está em outro país, tirando de mim o direito de conviver com as minhas maiores alegrias?

Ela olha para a igreja e começa a chorar silenciosamente, massageando os braços, nervosa.

- Você está com medo de mim? - ele pergunta, com tristeza na voz.

Mônica nega apenas com um aceno da cabeça.

- Então olha pra mim.

Ela olha.

- Se tudo que aconteceu entre a gente não era exatamente o que você queria... se saiu do seu controle... eu te peço perdão. Eu prometo de novo que não vou te pressionar mais. Você faz da sua vida o que você quiser... como quiser... mas pode ter certeza, você acabou com a minha vida... querendo ou não.

Ele também tem os olhos molhados e as lágrimas escorrem lentamente por seu rosto. Mônica coloca a mão sobre a dele e, lentamente, encosta o rosto em seu ombro, chorando. Depois ergue o rosto devagar e o coloca tão perto do dele que Cláudio não resiste, aproxima o rosto do dela e a beija ternamente. As lágrimas dos dois se misturam. Cláudio segura o rosto dela com a palma da mão e intensifica aquele beijo.

Quando se afastam, ele sai do carro e vai se sentar num dos bancos que estão ali dispostos no largo diante da igreja. Enxuga o rosto e olha para a lua, alta e clara no céu estrelado. Depois se volta para a igreja.

Mônica sai do carro também e entra na igreja, vazia naquele momento. Ela fica lá dentro por alguns minutos e sai novamente, aproximando-se dele lentamente.

- O que vai acontecer com a gente? - ela pergunta.

- Não tenho nem ideia... ele responde. – Mas você já notou que a gente, separados, não dá certo.

Ela toca o rosto dele. Cláudio pega sua mão e se abraça à cintura dela, atraindo-a para perto dele. Encosta o rosto em sua barriga e diz:

- Você não tem o direito de tirar ele de mim...

Ela respira fundo e declara:

- Não vou...

Cláudio olha rapidamente para ela e sorri, mal acreditando no que ouve. Mônica acaricia seus cabelos e beija sua testa, aconchegando-o junto a seu peito.

- Só preciso de um pouquinho mais de paciência. As coisas não são tão simples assim.

- Eu sei. Ninguém sabe disso mais do que eu. Eu também preciso dessa paciência, mas eu espero o tempo que precisar. E te peço que me espere também.

Ela balança a cabeça, aceitando aquela imposição.

- Eu queria ter acabado com isso desde o primeiro dia, mas...

- Não vamos mais discutir sobre isso, ela diz. – O que passou, passou. Me desculpe a minha falta de coragem. Deus sabe que eu tentei te deixar fora disso...

- Eu não posso e nunca quis ficar fora disso, Mônica. Eu te amo demais...

- Também nunca deixei de te amar nem por um minuto...

Ele sorri e a faz sentar-se em seu colo e eles se beijam novamente apaixonados.

- Eu te amo... Eu te amo tanto...

RETORNO AO PARAÍSO – UM SONHO POSSÍVEL

PARTE 19

OBRIGADA E BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 04/03/2018
Código do texto: T6270654
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.