RP - TESTAMENTO - PARTE 29

TESTAMENTO

PARTE XXIX

Gart consegue arranjar a viagem para as oito horas da noite, mas Wagner vai ter que sair do país do mesmo jeito que entrou, clandestinamente, porque está sem seus documentos. Quando já estão de saída para o aeroporto, Teo aparece e se aproxima do carro e de Linda. Gart e Wagner se olham, prevendo problemas.

- Você não tem nada que fazer lá, Linda. Teu lugar é aqui comigo.

- Teo... ela diz, receosa. – Se não me engano, eu não tenho mais nada com você.

- Nós ainda podemos entrar num acordo. Eu te peço desculpas pelo que eu disse, mas fique.

Ela olha para Wagner e decidida, responde:

- Sinto muito, mas... eu decidi ir. Se você quiser ir com a gente...

- Nunca! Não vou participar dessa palhaçada de novo.

- Então...

Wagner se aproxima deles.

- Teo, para de frescura. Se você não quer ir com a gente, tudo bem, eu até entendo, mas você não pode impedir a Linda de ir.

- Cala a boca, moleque! Ninguém te chamou na conversa.

Wagner sustenta o olhar dele e o sangue começa a lhe subir ao rosto. Abre a porta do carro e pede:

- Entra no carro, Linda.

- Wagner...

- Entra, por favor.

Ela o faz, ainda apreensiva.

Wagner fecha a porta e fica parado do lado do veículo, ainda olhando para ele.

- Linda, você vai se arrepender disso, diz Teo, batendo na porta do carro.

- Quando eu voltar, a gente conversa, Teo, ela diz.

Gart estava parado diante da porta do motorista, esperando. Wagner dá as costas e abre a porta traseira do carro e quando vai entrar, Teo saca de uma arma com intenção de atirar nele e a única coisa que faz é se assustar com o cano de outra arma encostando em suas costas.

- (Mr. Russel sempre disse que nossas armas tinham a única função de proteger a ele e às pessoas dessa casa contra malfeitores.), diz Neil. – (Elas não são brinquedo de criança. Mas já que você quer brincar de mocinho e bandido, vamos fazer as coisas como em Hollywood. Solta essa arma... por favor.)

Tremendo de ódio, Teo teima em continuar segurando o revólver. Wagner, Linda e Gart ficam em suspense, esperando sua reação.

- (Eu sei e você sabe que eu sei atirar muito bem, principalmente a essa distância. E vontade não falta. Eu já tenho no meu currículo salvar a vida do meu patrão. Não quero ter também a morte de um colega. Só não gostaria que alguém saísse ferido de uma coisa tão banal. Se eu fosse você, soltava essa arma agora, Teo.).

Teo larga o revólver no chão. Neil a apanha tranquilamente. Gart apoia os braços no carro e a cabeça neles, aliviado.

- Você me paga, Neil... Teo diz, furioso.

- (Eu não vou a lugar nenhum. Depois a gente bate um papo sério. Mas você está comprando briga com quem está do seu lado. Agora se afasta desse carro... por favor.).

Ele lança um último olhar irado para Linda, Wagner e Gart e dá as costas, indo para o portão da casa e saindo. Wagner coloca as mãos nas pernas tentando fazê-las parar de tremer e depois sai do carro.

- Obrigado, cara, muito obrigado.

- (É o meu dever aqui dentro. Só nunca pensei que tivesse proteger os donos dessa casa... de um guarda-costas. Fico muito triste com isso.).

- God bless you! - diz Linda, chorando e segurando a mão dele.

- Será que ele ia me matar mesmo? - Wagner pergunta.

Neil olha para a arma em sua mão e responde:

- (Isso aqui não é de plástico, ele diz. – Infelizmente ele também não é de brincadeira.).

- Você salvou minha vida.

- (Foi um prazer, mas seja menos valente da próxima vez. O Teo não é fácil.).

- Eu sempre me esqueço disso, diz Wagner, rindo e abraçando-se a ele. – Até a volta.

- Boa viagem, ele diz em português.

Gart se aproxima de Neil e o abraça também.

- Obrigado... Fique atento, quando ele voltar pra casa, devolve a arma dele, mas fique muito atento. Cuidado com ele, viu?

- (Eu terei. Tenham uma boa viagem.).

- Thanks.

Gart entra no carro que sai pela alameda.

Já no caminho para o aeroporto, Linda continua chorando e Wagner coloca a mão sobre seu ombro.

- Fica calma, Linda. Vai ficar tudo bem.

Ela segura a mão dele e diz:

- Eu sei...

- Não pense mais nisso, por enquanto. No Brasil, eu vou precisar da sua ajuda, do seu apoio, do seu sorriso... e quando você voltar, vocês ainda podem se entender.

- Depois do que ele fez hoje, eu nunca mais quero vê-lo na minha frente.

RETORNO AO PARAÍSO – TESTAMENTO

PARTE 29

OBRIGADA E BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 15/03/2018
Código do texto: T6280706
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