RP - ULTRASSOM - PARTE 18

ULTRASSOM

PARTE XVIII

Cláudio tenta almoçar rapidamente.

- Seu irmão trouxe alguma coisa da Inglaterra? - Tânia perguntou.

- Ele não foi pra lá a passeio. Você sabe disso.

- Ah, sei lá... de repente...

- Não, não trouxe nada. Já é o bastante ele estar de volta e bem.

- É verdade... ela concorda. – Você já contou pra ele as novidades? Que ele não tem mais que se preocupar com o bebê da Mônica?

Cláudio olha para ela e procura adivinhar aonde ela quer chegar. Apenas diz a verdade.

- Já.

- Ele ficou feliz? Afinal, ele passou da condição de papai para titio, ela diz, sorrindo ainda.

Cláudio passa um guardanapo na boca e se levanta.

- Calma... Foi só uma pergunta inocente.

- Ficou... Ficou muito feliz, ele diz, jogando o guardanapo com força na mesa. - Ainda mais, quando me viu sem a aliança que me unia a você.

O rosto dela muda de expressão e ela engole o sorriso por um momento, mas em seguida volta a sorrir, e com um suspiro, diz:

- Que bom pra ele. Vamos pro orfanato? Eu quero te mostrar minha surpresa.

Ela se levanta, indo para a porta.

- Tânia...

Ela se volta e espera.

- Por favor, pelo amor de Deus... não seria tão mais simples se a gente parasse com essa farsa? A gente podia se separar simplesmente sem brigas. Me dá o desquite. Vamos parar de nos machucar desse jeito. Eu não aguento mais.

Ela se aproxima dele, olhando-o nos olhos e responde taxativa:

- Não. Eu não estou machucada... Fiquei quando você me traiu... e quando matou meu filho... mas não estou mais. Só acho que você tem que pagar por isso.

Vai para a porta e sai para a garagem. Cláudio passa as mãos pelos cabelos, sentindo vontade de explodir, mas vai atrás dela. No carro, os dois não trocam nenhuma palavra. Ao chegarem ao orfanato, Tânia vai direto à sala da mãe e avisa a ela que trouxe Cláudio para verem, juntos, a surpresa.

Quando ele entra também na sala dela, Bárbara beija o genro no rosto.

- Cláudio, espero que você goste do que Tânia resolveu fazer.

- Pode sentar, amor, eu vou trazer a surpresa aqui, diz Tânia, saindo da sala.

- O que é essa surpresa, Bárbara? - ele pergunta.

- Não posso dizer, ela me proibiu terminantemente. Mas minha filha está muito determinada a dar uma nova esperança pro casamento de vocês. Queria tanto que essa ideia dela desse certo...

- Eu... preciso muito falar com você sobre isso.

- Sobre o quê, amor?

- Eu...

Ele para de falar, quando Tânia entra na sala carregando um bebê de meses nos braços, envolto num cobertor azul. Cláudio olha para criança sem entender. Tânia se aproxima dele e pergunta com voz suave.

- Não é lindo, querido?

Cláudio olha para o bebê, para ela, depois para Bárbara e pergunta:

- De quem é esse bebê?

- Nosso, se você quiser. Ele chegou esses dias no orfanato. A mãe morreu logo que ele nasceu, era solteira e o pai sumiu...

- Tânia... a gente não pode adotar uma criança agora.

- Por que não? Nós perdemos o nosso e, se fizermos isso, seria também um incentivo para outros casais em Casa Branca que não podem ter filhos. Nós podemos ter, mas adotamos um mesmo assim.

Bárbara percebe que eles precisam de privacidade para discutir aquela situação e se aproxima da filha.

- Tânia, vocês não acham melhor discutir isso a sós? Eu vou levar o Lucas pro berçário, depois vocês me dão a resposta do que pretendem fazer.

- Por favor, meu bem, diz ela, sem ouvir a mãe, olhando para Cláudio. – Vamos ficar com ele?

- Bárbara... você podia nos deixar a sós, por favor?

- Claro, diz ela, tirando com calma o bebê dos braços da filha.

Tânia quase não a deixa pegá-lo, mas cede e deixa a mãe tirá-lo do seu colo. Bárbara sai da sala.

- Eu vou ficar com ele, Cláudio. Ele pode nos unir de novo.

- Você está totalmente fora da realidade. Nós não temos mais nenhuma estrutura pra criar um filho, Tânia. Uma criança precisa de amor das duas partes de um casal e pra isso é preciso haver amor entre os dois. Quantas vezes eu vou ter que repetir que não há mais nada entre nós? Pelo amor de Deus, acorda!

- É você que está dificultando tudo. É você que não quer. Não faz a mínima força para melhorar nada.

- Eu não posso nem pensar em adotar um filho agora... Eu já tenho um filho a caminho e você sabe disso. Não coloque um inocente no meio dos nossos problemas. Chega de encenação!

Tânia se afasta dele e vai sentar-se à mesa da mãe.

RETORNO AO PARAÍSO – ULTRASSOM

PARTE 18

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 22/03/2018
Código do texto: T6287116
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.