RP - ORLEANS - PARTE 4

ORLEANS*

PARTE 4

- Eu preciso fazer alguma coisa pra passar aquela fazenda de novo pras mãos dele, pro nome dele.

- Você tem razão, diz Linda. – Podemos falar com o Bartley. Esse é o trabalho dele. Acho que um documento com a sua assinatura legaliza tudo. Não deve ser difícil.

- Eu pensei nisso também. Mas o Bartley foi muito amigo do vovô e sabe de toda a estória. Pode ficar... magoado, sei lá. Eu acho que não era bem isso que o vovô queria.

- Ele está morto, Wagner, diz Gart. - Não pode influenciar nas suas decisões agora. Ele deixou tudo isso pra você usar como bem entender. Sinceramente, eu não acho que você deva armar uma guerra com seu pai, contra sua vontade. Acho mesmo que nem era isso que Mr. Russel queria... Quero acreditar que não. Depois que ele te conheceu, os conceitos dele devem ter ficado mais brandos com relação ao seu pai.

- Já descobri porque você fica a maior parte do tempo de boca fechada, Gart...

- What are you talking about?

- Você não quer gastar seu português quando não deve. Titio, me dê sempre ideias como estas. Tem muito brasileiro que devia te ouvir.

Linda olha para Gart sorrindo. Wagner traga do cigarro e o apaga dentro do cinzeiro do carro, jogando a fumaça pela janela. Já estão dentro da cidade.

Já na frente da danceteria Orleans*, a porta está repleta de carros, muitas motos e muitos jovens e a música está bem alta lá dentro. O carro de Wagner fica logo rodeado pela turma.

- Pontual, hein? - admira-se Beto. – Depois que voltou de Londres, não se sabe mais o que se esperar desse cara.

Eles apertam-se as mãos.

- Devemos dizer Good night ou Hello, mister? - grita Leo.

- Sem gozação, Leonardo Santarém. Eu não vim aqui pra virar mico de circo. E não admito falta de respeito. E pra quem ainda não conhece, estes são meus amigos de Londres, Gart e Linda. E ela é praticamente uma redundância. Linda é o nome dela, apesar de ser linda também, se é que vocês me entendem. Ele é inglês, ela é portuguesa, mas entendem muito bem o português do Brasil. E ai de quem se meter a falar inglês errado. Quem tentar, vai se dar mal, falei?!

- Falou! - gritam todos em coro.

- Outra coisa: ninguém me venha com essa história de ir pra casa de ninguém hoje. Quem ficar bêbado e quiser fazer algo mais, que use o seu próprio carro... ou moto, se conseguir.

- E quem não tiver moto nem carro? - pergunta Guto.

- Vá pra casa de táxi, Luís Augusto. Ali na praça da matriz tem pelo menos dois. E perna de gesso aqui, ou se encaixa ou dá fora. Senão, não dá.

- Você vai ver se não dá. Vamos entrar pessoal!

Leo se aproxima de Linda, pega sua mão e diz:

- Quer dançar comigo?

- Aqui fora? - ela pergunta, surpresa pelo convite, mas levando na esportiva.

- Onde você quiser.

Ela sorri, olha para Gart discretamente e entra com Leo no clube. Gart segue os dois com os olhos. Laura cruza os braços e cerra os dentes, fazendo a mesma coisa. Wagner olha para Gart e diz em voz baixa:

- Não se preocupe, ela vai ficar bem. O pessoal aqui é tudo do bem.

- Eu não disse nada.

- Mas seus olhos falaram alto a bessa.

Gart sorri.

- Você está vendo coisa demais.

- Quer apostar? Pode ser até em libras.

- Como você tem tanta certeza?

- Eu tenho bola de cristal. Até seu avô sacou.

Janete se aproxima deles e pega na mão de Wagner, colocando a outra em volta de seu pescoço.

- Você não vai querer passar a noite aqui fora, vai, gato? O pessoal todo já entrou.

Ela o beija longamente na boca.

- Vamos entrar, Gart, ele diz, sem olhar para Gart. – Lá dentro deve estar melhor que aqui.

Wagner a beija novamente e em seguida entra com ela. Janete o leva para o meio da pista e começam a dançar, abraçados e ainda se beijando.

RETORNO AO PARAÍSO – ORLEANS

PARTE 4

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 24/03/2018
Reeditado em 11/03/2019
Código do texto: T6288971
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.