RP - ORLEANS - PARTE 5

ORLEANS*

PARTE 5

Wagner beija Janete novamente e em seguida entra com ela na danceteria. Ela o leva para o meio da pista e começam a dançar, abraçados e ainda se beijando.

Gart entra depois deles e nota Laura sentada, sozinha, numa mesa, muito triste. Ele havia percebido o desapontamento dela quando Leo entrou com Linda e se aproxima da mesa.

- Posso sentar aqui?

Ela ergue os olhos para ele e, sorrindo sem graça, responde:

- Você é mesmo inglês. Outro cara iria sentando, nem perguntaria. Pode sim. Fique à vontade.

Ele se senta.

- Ele é seu namorado?

- Quem? O Leo?

- O rapaz que está dançando com a Linda.

- É sim, mas ele às vezes se esquece disso. Finge que não sabe.

- Estranho...

- Eu também acho... ela diz com um sorriso sem sal. – E ela? É sua namorada?

- Não... porque não sabe que poderia ser.

Laura ri, agora com gosto.

- Formamos um belo par. Só que você não parece se importar muito se ela dança com outro ou não. Não sente ciúme?

- O ciúme só faz duas coisas: afasta ainda mais a pessoa de nós e provoca uma tremenda dor de cabeça. Não vale a pena.

- Eu acho que você tem razão. Mas é que aquele idiota faz questão de me deixar nervosa. Ele dança com todas as garotas do clube antes de me chamar pra dançar e, quando o faz, já está cheirando a álcool. Eu fico louca com isso.

- E aí ele fica romântico e carinhoso, não é?

- Isso mesmo. Você também já fez isso com ela?

- Não. Primeiro, porque ela não é minha namorada e, segundo, porque essa é uma atitude muito imatura. Mas, se seu... namorado faz isso com você é porque não tem coragem de fazer isso quando está sóbrio.

- Será?

- Acredito que sim.

- Então, já que você sabe disso... sabe também, quando ele começa a ter coragem?

- Não se ofende com o que eu vou dizer?

- Você já foi super gentil em estar conversando comigo agora. Por que eu me ofenderia?

- Deixe de andar atrás dele. Ignore-o.

Laura fica séria por um instante, mas acaba sorrindo.

- Seu nome é Gart, não?

- Isso.

- O que você fazia lá na Inglaterra? Era conselheiro sentimental?

Ele sorri.

- Não, mas do mesmo jeito que as garotas não gostam de ser ignoradas pelos rapazes, eles também detestam isso. Talvez mais do que elas.

- Ela faz isso com você?

- Eu quero deixar bem claro. Eu nunca tive nada com a Linda. Nós não somos namorados. Ela não me ama.

- Que idiota! - ela diz, quase para si mesma, olhando-o nos olhos azuis dele com o rosto apoiado na mão. – Ah, desculpe. Eu disse sem pensar.

Ela fica vermelha e olha para as mãos unidas sobre a mesa. Ele sorri.

- Não tem importância. Seu namorado também é um idiota.

Ela sorri lisonjeada e por um momento se esquece de Leo. Ficam longo tempo conversando e são interrompidos apenas pela turma que vai chegando aos poucos e se sentando à mesa, suados e cansados. Primeiro Beto e Sandra, depois Guto, que mesmo com a perna quebrada arranjou um jeito de dançar com Dina. Wagner e Janete também chegam. Logo depois deles, Leo e Linda.

- Todo mundo aqui? - Wagner pergunta.

- Acho que sim. Inteiros e cheirando a bacalhau, diz Beto.

- Os únicos cheirozinhos são a Laura e o Gart, diz Guto.

- Vocês não foram dançar? - Leo pergunta, sentando-se ao lado de Laura.

- Não, ela responde, afastando-se dele com desdém. – O nosso papo estava muito mais gostoso. Não valia a pena interrompê-lo para ficar chacoalhando aí no meio da pista.

- Xi! Encarnou o espírito da minha vó em você, Laurinha? - pergunta Leo.

- O que foi que você fez com ela, Gart? - Wagner pergunta.

- Não amolem, tá? O Gart tem um papo super gostoso. Ele é cavalheiro por vocês quatro, bobões!

- Lincha ele! - grita Guto, subindo na cadeira. – Cavalheiro não entra na turma!

- Desce daí, Guto, pede Beto. - Não quero ter que levar você pra Santa Casa agora de noite.

- Contenha-se, Guto, fala Wagner. – Despeito só depois da meia noite. O Gart não tem culpa se vocês não receberam educação suficiente. Vamos entrar na cerveja agora. Brito, dá uma chegada aqui, por favor!

O garçom se aproxima.

- Traz dez estupidamente pra gente, por favor.

- Só dez, Wagner? - Beto pergunta.

- Pros primeiros dez minutos e essas eu pago. Depois, quem quiser vai pedindo e colocando na própria conta.

- Me permite um aparte? - Guto levanta a mão.

- Aparte concedido.

- Eu estou liso.

- Eu também, Leo acompanha.

- Beto, se você disser que também está sem dinheiro, eu te enfio uma garrafa pelo nariz. Pra que seu pai tem aquele supermercado?

- Eu não disse nada, diz o rapaz, encostando a cabeça no ombro de Sandra.

- Ah, sou eu que vou pagar. A festa é minha, diz Wagner. – Mas depois dessa cerveja, a gente só vai tomar refrigerante e comer coxinha e pão de queijo. Não quero ser responsável pelas camas molhadas amanhã cedo. Tudo por minha conta. Manda ver, Brito. Dez cervejas e depois o pessoal vai pegando refrigerante. Só refri. Falei bem claro?

RETORNO AO PARAÍSO – ORLEANS

PARTE 5

OBRIGADA! BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 24/03/2018
Código do texto: T6289297
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