RP - IVAN, O TERRÍVEL - PARTE 5

IVAN, O TERRÍVEL

PARTE V

Cláudio sobe até seu antigo quarto, lava as mãos e troca a camisa por um uniforme branco. Vai até seu carro e pega sua maleta, indo em seguida para a casa de Lopes.

Enquanto isso, Wagner continua procurando por sua moto e por Ivan, mas não encontra nenhum dos dois. Vai até o armazém e fala com Chico.

- Chico, você viu onde o Ivan colocou minha moto?

- Vi, sim, senhor. Ele chegou com ela e eu a levei para a garagem, depois ele me pediu ela de novo e saiu com as meninas.

- Que... meninas? - Wagner pergunta, já com medo de ouvir a resposta.

- A Dianinha e a Elisinha.

- Na moto? Em cima dela?

- É, sim, senhor.

Wagner se senta pesadamente num fardo de feno, ficando branco.

- Meu Deus! Meu pai vai matar nós dois. Ele não quer nem pensar nelas em cima daquela moto. Nem a Diana que já é grande, imagine a Elis... Chico, as duas juntas estão com ele.

- Foi o que eu vi, seo Wagner.

- E pra onde eles foram?

- Na direção do pasto.

- O papai está lá?

- Acho que sim, senhor. Ele saiu com o Robério. Devem estar fazendo o serviço dobrado com o gado, porque o Lopes não está lá com eles.

- Eu nunca mais vou subir na minha moto... ele lamenta em voz alta consigo mesmo, aflito.

O som do motor da motocicleta é ouvido e ele se levanta correndo e sai do armazém. Ivan aparece montado nela, com Elis sentada na frente, amarrada a ele com um cinto e Diana na garupa. Wagner quase desmaia, sentindo vontade de chorar e rir ao mesmo tempo e sussurra:

- Obrigado, meu Deus...

A moto para e as duas meninas parecem estar muito felizes e animadas com a aventura. Wagner se aproxima dele, com as pernas bambas pelo nervoso e pelo susto e, rapidamente, tira Elis de cima da máquina, olhando feio para Diana.

Com as duas já no chão, ordena nervoso:

- Vão lá pra dentro, já! Se o papai descobre isso, ele vai te dar uma surra.

- Meu pai nunca me bateu, Diana declara.

- É por isso que você apronta tanto. Eu tenho vontade de fazer isso agora, pestinha.

- Ele é meu avô!

- E fale menos alto, mocinha. Eu não estou brincando, Diana.

- Não aconteceu nada, menino... Ivan fala em defesa dela.

- Você cala a boca! - Wagner diz, apontando o dedo diante do nariz dele. - Eu falo com você depois. Diana, leva a Elis lá pra dentro de casa e não sai mais de lá. Entra logo!

Emburrada, Diana pega Elis pela mão e vai para a casa. Elis se volta para o avô e acena com a mãozinha no ar.

- Tchau, vovô!

- Tchau, tesouro!

Wagner se volta para Ivan que o olha assustado. Fica olhando para ele por algum tempo e aos poucos vai sentindo mais vontade de rir do que de brigar com ele. Dá as costas e passa as mãos pelo rosto, para tentar ficar sério novamente.

- O que foi que aconteceu, neto número dois? - Ivan pergunta com uma expressão quase infantil no rosto.

Wagner volta-se de novo e diz, ainda a sério, mas mais calmo:

- Nunca mais faça isso, por favor, Ivan.

- Isso o quê? Elas estão bem...

- Meu pai não gosta que as meninas andem na moto. Ele me proibiu de fazer isso, mesmo aqui na fazenda e ele tem razão. Não dá pra uma criança andar solta num veículo tão veloz. Principalmente duas. Se ele fica sabendo disso, nem eu vou poder mais subir nela.

- Mas você não tem nada a ver com isso. Quem andou fui eu!

- Mas eu sou o responsável por ela, Ivan. Você me pregou um susto enorme.

- Desculpe, filho. Eu não pensei que seu pai ainda fosse tão quadrado.

- Não, ele não é quadrado. Ele é pai. E um pai muito zeloso com as filhas. Até pra me deixar montar nela com dezoito anos, ele demorou pra acostumar, imagina com as duas princesas dele... Nesse caso o buraco é bem, bem, bem mais embaixo. Dá pra entender?

- É, eu entendi sim. Não vou mais repetir isso. Eu também gosto muito delas, você sabe. São minhas netas, não é?

- Eu sei. Não estou dizendo que você não gosta delas. É só que você está se esquecendo que elas ainda são pequenas pra certas brincadeiras que você fazia comigo e com o Cláudio. Nós éramos moleques. Era diferente.

- Bons tempos aqueles, não?

- Se eram...

- E o meu carro?

- Ficou lá na cidade. As chaves ficaram com você.

- Minhas malas estão todas dentro dele. Fora o que eu deixei no aeroporto.

- Telefone existe pra essas coisas. Depois a gente liga pra Vira Copos pedindo pra trazerem ou a gente vai buscar, não sei. O teu carro, a gente pega amanhã. Você ficou muito bem com essa roupa do papai.

- De péssimo gosto. Seu pai não sabe se vestir.

Wagner sorri e balança a cabeça, já mais aliviado.

RETORNO AO PARAÍSO – IVAN, O TERRÍVEL

PARTE 5

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 06/04/2018
Código do texto: T6301067
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