RP - IVAN, O TERRÍVEL - PARTE 7

IVAN, O TERRÍVEL

PARTE VII

No meio do caminho entre a casa de Lopes e a casa grande, Cláudio se encontra com o pai que vem do pasto. Leonardo desce do cavalo.

- Boa tarde, filho.

- Oi, pai.

- Como está a Carolina?

- Bem. Tem tempo ainda. Eu vou telefonar pra Santa Casa.

- Vai levar ela pra lá?

- Não. O Lopes não quer, nem ela, mas vou levar depois.

- O médico já veio?

- Não, o Lopes não encontrou nenhum dos dois disponíveis na cidade.

- Então... quem vai fazer o parto?

- Você está vendo algum outro médico disponível aqui? – Claúdio diz, abrindo os braços.

Leonardo sorri e coloca a mão sobre o ombro do filho.

- Bobagem levar pro hospital, dá no mesmo. Se você pôde fazer sua irmã nascer sem ser formado, tem dúvida se vai poder fazer nascer o filho do Lopes? Todos os meus filhos nasceram em casa.

- Eu também?

Leonardo olha surpreso para o filho, percebendo que falou demais. A pergunta pareceu acusativa. Não consegue responder.

- Esquece, pai. Perguntei sem pensar.

- Não, não foi sem pensar nem sem querer. Eu sei que não foi. Você sabe que eu não posso responder a essa pergunta, por isso perguntou.

Cláudio vai para perto de uma mangueira frondosa ali perto e encosta-se nela.

- Quem sabe minha mãe possa me responder algum dia, não é?

Leonardo olha para ele surpreso pela pergunta e diz:

- Eu espero que isso nunca aconteça.

- Por quê?

- Porque ela não merece nem te ver.

Cláudio sorri com tristeza no olhar.

- E você merecia?

Leonardo se cala novamente.

- Essa conversa era pra gente ter a treze anos. Assim como você falou de você e da mãe do Wagner, devia ter falado mais da minha mãe também e não citá-la só como um fantasma. Devia ter me falado de como e onde você se encontrou com ela, como se conheceram...

- Isso era irrelevante, Cláudio...

- Não era, não. E ainda não é. Conversa comigo agora como você conversou naquela época. Só que agora fala comigo de homem pra homem. Você pelo menos... Você amou minha mãe?

- Eu era um irresponsável, filho. Eu nem sei dizer o que eu sentia. Eu só posso te dizer que ela foi muito fraca quando entregou você pro meu pai com a facilidade que entregou.

Cláudio faz uma pequena pausa e pergunta:

- Ela foi fraca também... quando se entregou pra você?

Leonardo, de novo, fica sem resposta.

- Eu não quero te culpar de nada, pai. O que aconteceu com você e minha mãe, antes de eu nascer, é só da sua conta, mas por que você fez questão de me fazer pensar que ela estivesse morta?

- Porque não ia adiantar nada você saber que ela estava viva. Eu achei que você se sentiria melhor imaginando que ela não existisse mais.

- Uma mentira bem intencionada que você não previu que pudesse ser descoberta justamente pelo meu irmão. O Wagner acaba sabendo da verdade primeiro que eu. Sabe até o endereço dela em São Paulo. Vai acabar fazendo por ela o que você não fez.

- Eu não podia fazer nada por ela.

- Há treze anos eu não entendia nada da vida e aceitei tudo que você falou. Não venha me dizer isso agora. Eu não sou mais criança.

Cláudio se afasta.

- Filho...

- Depois a gente fala sobre isso, pai. Não vale a pena ficar aborrecendo um ao outro com um assunto tão... passado. Eu vou fazer uma criança nascer daqui a pouco. Estou muito feliz, hoje. Deixa pra depois.

RETORNO AO PARAÍSO – IVAN, O TERRÍVEL

PARTE 7

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 07/04/2018
Código do texto: T6301870
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