RP - IVAN, O TERRÍVEL - PARTE 8

IVAN, O TERRÍVEL

PARTE VIII

Cláudio entra na casa grande sem ser visto por Ivan e pelas crianças e vai até a biblioteca telefonar. Tânia está lá, lendo um livro. A surpresa não é boa. Apesar de saber que ela estaria na casa, não esperava e não desejava encontrá-la tão depressa.

- Oi, amor, ela diz, sorrindo.

- Oi... Desculpe por eu não ter podido te buscar em casa, eu...

- Eu já sei. Não precisa se explicar. Já nasceu o bebê?

- Não, diz ele indo até o telefone. – Mas eu vou voltar pra lá logo. Talvez só volte muito tarde.

- Isso significa que eu não preciso ficar esperando, não é?

- Você é quem sabe.

Ele disca o número da Santa Casa e pede a Leda que avise Miguel que Carolina está indo para o hospital ainda naquele dia. Quando ele desliga o telefone, Tânia diz:

- Você pediu pro Lopes me buscar em casa pra me deixar sozinha aqui, foi isso?

- O quê?

- Eu preferia ficar sozinha na minha casa. Nem sua madrasta está aqui.

- Ela está lá na casa da Carolina pra ajudar no que precisar. Sou eu que vou fazer o parto. Nem o Miguel nem o Júlio vieram...

- Você quer que eu veja que não presto pra nada, é isso? Quer que eu fique me lembrando que perdi meu filho, enquanto você faz uma criança nascer. É isso, Cláudio?

- Não é nada disso, Tânia.

Ela se aproxima dele e fica bem perto.

- E quem é aquele garoto que está lá na sala do seu pai, brincando com as suas irmãs? É o mesmo que você e a sua amante pajeiam? Você trouxe ele pra cá, porque ela também vem depois ficar com você?

Cláudio se afasta dela e vai para perto da porta. Começa a falar bem pausadamente.

- O pai daquele menino morreu hoje cedo. Ele não tem quem fique com ele. A mãe está em São Paulo. O Arnaldo me deu a custódia dele provisoriamente, até localizarmos o paradeiro dela.

- E você não me diz nada, nenhum telefonema, nenhuma satisfação.

Cláudio respira fundo.

- Eu sou um idiota mesmo, o Wagner tem razão de novo. Só que, infelizmente, desta vez, você vai ficar falando sozinha. Eu pedi pro Lopes trazer você, porque não tinha cabimento eu voltar pra casa, já que tive que ir até o Desterro e estava a caminho daqui pra trazer o Wagner. E ainda fui até a delegacia antes...

- Mentira! Se você não tivesse encontrado o Lopes, nem teria mandado me buscar. Você me trouxe pra cá pra me humilhar mais ainda. Você matou seu filho e quer me humilhar com Mônica e com isso. Não quis adotar o Lucas que eu queria tanto e fica tomando conta do filho não sei de quem junto com ela.

- Do que você está falando?

- Eu estive no Santa Mônica. E ela estava lá toda santinha do pau oco, cuidando do menino pra você. Depois eu vi vocês dois se despedindo na frente do hospital. Você quer acabar comigo aos poucos.

Ela começa a chorar.

- Você quer voltar pra casa? - ele pergunta, calmamente.

Ela dá as costas para ele sem responder.

- Se quiser, é só falar. O bebê da Carolina não é pra agora e eu mesmo posso te levar.

Tânia tampa os ouvidos com as mãos e diz em voz baixa:

- Cala a boca! Eu odeio você!

Wagner aparece na porta. Ele tinha ouvido a voz dela alterada e veio saber o que era. Cláudio passa por ele e sai.

- O que houve? - Wagner pergunta, indo atrás do irmão.

- Nada.

Ivan vê Cláudio, quando ele passa de volta pela sala e pergunta:

- Por onde você entrou que eu não vi?

- Eu passei por aqui e você estava distraído, brincando com as crianças, não me viu. Você está bem?

- Tudo muito bem, diz ele, apertando a mão de Cláudio. – Passou feito um anjo... Você está de branco por isso?

Cláudio olha para si mesmo e sorri.

- Não... Eu não sou um anjo, sou só médico, esqueceu?

- Claro que não... mas você está mudado... Tem alguma coisa diferente em você que eu não sei o que é...

- Diferente?

- É... Eu não sei. Me ajuda, Wagner, o que é?

- Também não sei. A única coisa que mudou no Cláudio, desde que você saiu daqui, é que ele tinha menos idade, como todo mundo na casa e você mesmo.

- O cabelo... Você cortou o cabelo...

Cláudio ri.

- Tem razão. Eu faço isso regularmente desde que me formei.

- Não... Eu conheço quando alguém muda de fisionomia. Você... parece mais leve... mais feliz...

Cláudio olha para Wagner rapidamente e sorri para Ivan.

RETORNO AO PARAÍSO – IVAN, O TERRÍVEL

PARTE 8

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 07/04/2018
Código do texto: T6301871
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