RP - IVAN, O TERRÍVEL - PARTE 16

IVAN, O TERRÍVEL

PARTE XVI

Mônica para o carro diante da Santa Casa, onde Cláudio vai ficar para conversar com Miguel. Eles se beijam e ela diz:

- Você diz pra ele que eu sinto muito por tudo?

- Eu sei exatamente o que dizer. Não se preocupe. Eu vou poder falar com seu pai, amanhã, mas diz o mesmo pra ele, hoje. Eu também sinto muito, só não me arrependo... Vai com Deus. Eu te amo.

- Também te amo, meu amor.

Eles se beijam de novo e ele sai do carro, entrando no prédio.

Mônica coloca o carro em movimento e em minutos está em casa.

A casa está iluminada. Jairo está esperando por ela, sentado numa poltrona lendo o jornal do dia, quando ouve o barulho do motor do carro e a claridade dos faróis acesos atravessando a janela da sala. Continua sentado na poltrona esperando que ela entre. Ouve a porta do carro bater e os passos de Mônica se dirigindo para a porta, mas, antes mesmo que ela entre, ele ouve um estampido. O som de uma arma de fogo disparando. Ergue-se ligeiro e corre para porta, abrindo-a. Mônica cai em seus braços, ainda consciente.

- Filha...!

Jairo a ergue nos braços e a coloca deitada no sofá. Ele verifica que o tiro atingiu seu ombro esquerdo pelas costas.

- Mônica, fala comigo, filha... Você viu quem foi?

- Não... ela consegue dizer.

- Tenha calma. Eu vou te levar pro hospital, agora mesmo. Calma, filha. Vai ficar tudo bem, meu amor.

Rapidamente, Jairo coloca filha no banco de trás do carro e, ainda de roupão, a leva para a Santa Casa. Mônica desmaia no caminho. Jairo entra com ela no colo, indo diretamente para a enfermaria.

- Alguém, por favor! Um médico, urgente! Minha filha foi baleada! Rápido!

Leda corre para chamar Miguel que é o único médico disponível no momento. Ele está com Cláudio que acabou de entrar em seu consultório para conversar com ele.

- Doutor Miguel, uma emergência...

- Que foi, Leda?

- A Mônica... Doutor Jairo acabou de entrar na enfermaria com ela nos braços...

Os dois se levantam ao mesmo tempo.

- Você está falando do quê, mulher?

- A Mônica levou um tiro, doutor!

Cláudio sente o sangue congelar nas veias. Miguel sai da sala e Leda o segue. Cláudio vai atrás dele, sem conseguir processar aquela informação ainda. Ele acabou de deixá-la bem.

Jairo está com a mão da filha entre as suas e chora muito. Miguel e Cláudio chegam à enfermaria e tentam tirá-lo de perto da filha, com algum esforço. Ali mesmo, Cláudio consegue fazê-lo sentar numa cadeira e pede para que Leda lhe aplique um sedativo, enquanto Miguel leva Mônica numa maca para a sala de operações, com ajuda de dois enfermeiros.

Quando Miguel já está pronto para operar, mesmo não sendo sua especialidade, Cláudio pergunta, aparentemente calmo:

- Você não prefere chamar o Vinícius? Ele é cirurgião geral? Vai fazer isso sozinho?

- Nem sei onde ele está. Nem sei se ele está aqui. Hoje é sábado. A gente não está com tempo e não foi coisa muito profunda. A bala está no ombro dela. Quem não vai tocar nela é você. Não desse jeito.

- Eu estou bem...

- Conta outra. Sai daqui e me deixa trabalhar.

- Eu não vou sair daqui. E também não vou tocar nela. Só quero estar por perto, se você precisar de ajuda.

- Então fica calmo e quietinho aí.

Cláudio não perde um só movimento de Miguel, enquanto ele retira a bala do ombro de Mônica. Enquanto isso, seu pensamentos estão entre o medo de perdê-la e à filha, mesmo sabendo que o ferimento não é tão grave, e a dúvida sobre quem teria coragem de atirar em Mônica pelas costas e por quê. A primeira pessoa que lhe vem à cabeça é Tânia, mas procura não pensar nisso, afinal de contas, ele não pode provar. Ele não consegue nem pensar no que faria se tivesse sido ela.

Miguel termina seu trabalho e, felizmente nada mais grave parece ter acontecido. Cláudio procura por essa afirmação no rosto dele, que leva Mônica para a sala de recuperação e faz um exame de emergência para saber o estado do bebê. Cláudio o segue aonde ele vai. Não fala nada, mas não sai de perto de Mônica.

Com a moça já no quarto, fora de perigo, Miguel olha para ele e diz:

- As duas estão bem. Ela só perdeu um pouco de sangue. Precisa só repousar bastante pra se recuperar. Bem... você mesmo poderá ver isso depois.

Depois dessas palavras, Cláudio se senta numa cadeira e apoia os braços nas pernas e volta a respirar normalmente.

- Eu sempre me esqueço... como é ruim a sensação de... se estar perdendo alguém que se ama... Como ficam... tão pequenos os outros sentimentos... Obrigado, Miguel.

- Não me agradeça. Não esquece que eu também a amo. Não ia ser legal perdê-la. Eu vou avisar o pai dela que a filha está fora de perigo. Ele deve estar muito mais aflito que nós.

RETORNO AO PARAÍSO – IVAN, O TERRÍVEL

PARTE 16

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 10/04/2018
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