RP - IVAN, O TERRÍVEL - PARTE 20

IVAN, O TERRÍVEL

PARTE XX

Na Santa Casa, Arnaldo, com a permissão relutante de Jairo, interroga Mônica que já está consciente. Ela não diz muito além do que o pai disse. O que não ajuda muito.

- Mônica, você não ouviu nenhum barulho de carro saindo depois do tiro? Seu pai falou que você ainda ficou consciente depois que foi atingida... Não deu pra perceber nada suspeito?

- Não... Eu nunca presto muita atenção na rua, quando chego à noite em casa. A Luís Gama é muito tranquila. E, quando eu senti que fui atingida, só deu pra pensar na dor.

- Não notou também ninguém te seguindo antes?

- Não, senhor.

- Algum carro suspeito na rua? Alguma pessoa diferente?

- Também não. Havia muitos carros, como sempre tem na noite se sábado, na nossa rua. Carros, motos, mas eu não prestei atenção em nenhum especial... Pessoas... não vi ninguém diferente que pudesse... parecer suspeito. Sinto muito.

- Está certo. Muito obrigado. Vou deixar você descansar. E... me perdoe se eu tiver que voltar aqui algumas vezes. O que fizeram com você não é algo corriqueiro em Casa Branca. Nós temos que descobrir quem foi.

- Eu entendo, doutor Arnaldo. Eu posso responder tudo o que o senhor quiser saber. Não se acanhe em voltar.

- Obrigado pela compreensão. Espero que fique boa logo.

Arnaldo sai do quarto. Jairo e Miguel esperam por ele do lado de fora.

- Ela não viu muito mais do que o senhor. A investigação deverá ser feita na Luís Gama, doutor Jairo.

- Por favor, tente descobrir alguma coisa, doutor Arnaldo. Eu preciso colocar os olhos em cima desse canalha covarde que é capaz de atirar em alguém pelas costas.

- Farei o possível. Onde está o doutor Cláudio?

- Ele foi até a casa do sogro, responde Miguel.

- Talvez já esteja de volta, diz Jairo. - Eu já tinha avisado meu irmão. Ele está vindo pra cá.

E de fato, Jorge aparece no final do corredor com Bárbara.

- Boa noite, senhores. Meu irmão...

Jorge e Jairo se abraçam demoradamente.

- Como ela está? - Jorge pergunta.

- Está bem. Já está consciente e até já respondeu às perguntas do delegado.

- Eu posso entrar para vê-la? - Bárbara pergunta.

- Claro, entre, Jairo confirma.

Bárbara entra no quarto.

- Não sabem ainda quem foi? - Jorge pergunta.

- Não. O doutor Arnaldo vai cuidar disso.

- Doutor Jairo, sua filha tinha... animosidade com alguém ou com algum colega na escola?

- Inimigos, o senhor quer dizer?

- Eu não acredito que uma garota da idade dela tenha inimigos, mas... sim.

- Que eu saiba, todas as colegas de escola de Mônica gostavam e gostam muito dela. Mesmo os vizinhos sempre tiveram muita afeição por ela. Minha filha nunca se envolveu em brigas com ninguém. Eu moro aqui há dois anos e frequento a cidade há muito mais que isso. O senhor sabe.

- Ela foi muito bem criada, doutor, diz Jorge. – Se aconteceu esse deslize de ela ter ficado grávida antes do casamento, isso não dependeu dela, eu tenho certeza.

Ele olha feio para Miguel.

- Ela está grávida? - pergunta Arnaldo. – E quem é o pai? Me desculpem perguntar.

- É o doutor Miguel, diz Jairo. – Eles vão se casar em breve.

Miguel sente vontade de desaparecer dentro da terra, mas fica em silêncio.

- Ah... eu... devo ter ouvido alguma coisa a respeito, diz Arnaldo. – Deve ter sido um susto pro senhor, doutor Miguel. O bebê está bem?

- Está. A criança não sofreu nada, graças a Deus.

- Meus parabéns pelo casamento, então.

- Obrigado, ele responde, sério.

- Posso lhe fazer uma pergunta... indiscreta?

- Claro, ele diz a contra gosto, com vontade de sumir dali.

- Eu conheço a filha do doutor Jairo há muito tempo e não sabia que ela namorava com ninguém... ainda mais... com o senhor. Vocês sempre se deram bem, digo, houve algum desentendimento entre vocês sobre essa... gravidez prematura?

- Não, senhor. E... a gravidez da Mônica não é prematura, se me permite dar a minha opinião. Ela não foi violentada e não é mais nenhuma criança, apesar de ter dezessete anos. Pode ser criança civilmente, mas a cabeça e as ações dela são de uma mulher adulta.

Jairo sente o sangue ferver.

- Quem lhe deu permissão pra falar desse modo sobre minha filha?

- O senhor colocou sua filha numa redoma de vidro, doutor Jairo, mas ela não é inquebrável. Ninguém é. A Mônica é uma mulher forte e uma enfermeira como poucas que eu conheci. De criança, ela não tem nada... só o rosto. É uma garota inteligente e muito madura. Como o Jorge mesmo disse... ela foi muito bem criada... pelo senhor.

Jairo fica desarmado depois daquela afirmação.

RETORNO AO PARAÍSO – IVAN, O TERRÍVEL

PARTE 20

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 11/04/2018
Código do texto: T6305275
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