RP - EXÍLIO - PARTE 23

EXÍLIO

PARTE 23

Jairo entra na delegacia e Wagner o segue com os olhos.

- Será que isso foi praga?

- Você acredita em pragas? - ela pergunta.

- Não sei. Nunca recebi nenhuma.

- Mas não tem medo de que aconteça mesmo?

Ele pensa um pouco e responde:

- Se eu tiver uma filha e ela se apaixonar por um cara casado... e tiver um filho dele... e se ele for a metade do que o Cláudio é... eu vou soltar fogos e rojões.

- Você fala isso porque ainda não tem a filha.

Ele olha para ela e abraça sua cintura.

- Quer tirar a prova? A gente pode ir pra casa, depois daqui, começar a fazer uma.

Ela olha para ele séria.

- Eu tenho medo de praga... ainda mais de um pai nervoso como ele.

Wagner ri e se afasta dela.

- Eu estava brincando. Não leve tão a sério.

Ela também sorri, balançado a cabeça.

Depois de alguma espera, Wagner se impacienta. Desce na moto e pensa:

- Se o papai nervoso está aqui, a Mônica está sozinha na Santa Casa...

- Ele deve ter deixado uma porção de seguranças lá.

- Eu só tenho medo dele... Não aguento esperar mais. Perdi a vontade de ver o vexame que vai acontecer aqui. Eu vou tentar falar com a Mônica. Fica aqui pra ter certeza de que o Gart vai ser solto.

- Certo.

Wagner deixa a moto com ela e vai a pé até a Santa Casa. Entra no prédio sem mais problemas e quando chega diante do quarto cento e dez, vê que não há ninguém de vigia. Abre a porta e entra. Mônica, que estava diante da janela, o vê entrar e se aproxima dele ansiosa.

- Ele já chegou?

- Calma, cunhadinha. Ele quem?

- O Cláudio... Meu pai falou que ele foi preso em Campinas...

- O Cláudio não foi preso.

Mônica o abraça, emocionada.

- Graças a Deus! Mas como você sabe disso? Meu pai disse com tanta certeza...

- Ninguém sabe de nada ainda. Os policiais prenderam o Gart porque o Cláudio estava no meu carro com a maluca da Diana e o Alberto que foram escondidos dentro dele.

- Como assim?

Ela coloca a mão na testa e sente uma pequena tontura. Quase cai, mas Wagner a segura e a leva até um sofá que fica no canto do quarto e a faz sentar-se.

- Você está bem?

- Eu pensei que ele tivesse sido... apanhado.

- Você está bem mesmo? Se quiser eu chamo alguém...

- Não, foi só uma... tontura. Uma queda de pressão... – ela respira fundo – Eu estou bem. Não é fácil ficar aqui dentro sem notícias. Como é que ele está? Onde ele está?

- Saiu de Campinas já tem algum tempo. Ele estava perto de Valinhos na última vez que eu falei com ele. Ele está indo pra São Paulo.

- Meu Deus, São Paulo... Tão longe... Eu preciso sair desse quarto, Wagner. Não aguento mais ficar aqui sem fazer nada. Encontraram a Diana e o Alberto?

- Encontraram. Os dois foram dentro do meu carro com o Cláudio. Ideia da doida da minha irmã, mas está tudo bem com eles. Meu pai e minha mãe estão esperando por eles na delegacia.

- Eu preciso sair daqui...

- Tenha paciência. Não faz nem vinte e quatro horas que você levou um tiro e você quer sair daqui, doidinha? Eu não sou médico, mas faço uma ideia do que uma bala de revólver faz dentro da gente. E você tem que agradecer a Deus pela sua filha. Podia ter acontecido coisa pior.

- Nem me fale... ela diz, colocando a mão sobre a barriga. – Mas você tem certeza de que está tudo bem com ele?

- Absoluta. Ele só disse, com um silêncio barulhento, que está morrendo de saudade de vocês. E não disse, mas tenho certeza de que pensou que... ele te ama muito.

- Não mais do que eu... ela sussurra.

- A gente não pode ficar aqui medindo quem ama mais, senão essa estória não acaba hoje. Fica tranquila.

Miguel entra no quarto e não se surpreende ao vê-lo ali.

- Oi, Wagner.

Wagner se levanta.

RETORNO AO PARAÍSO – EXÍLIO

PARTE 23

OBRIGADA E BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/04/2018
Reeditado em 05/11/2020
Código do texto: T6315044
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