RP - SÃO PAULO - PARTE 3

SÃO PAULO

PARTE III

Cláudio se senta no banco de trás com Mônica para ficar perto dela e ficar mais fácil de abraçá-la.

- Como você conseguiu sair da cidade? E seu pai...? - ele pergunta a ela.

- Ela fugiu, essa maluca, Wagner responde antes dela.

- Fugiu do hospital?

- Não... Fugi de casa, ela complementa.

- É maluca mesmo... Cláudio concorda, sorrindo, beijando sua testa.

- Eu telefonei pro Wagner, antes de sair e ele me levou pra casa do Salomão. Eu passei a noite lá e hoje cedo nós saímos de Casa Branca. E agora... eu estou aqui com você, ela diz, sorrindo e deslizando a mão pelo rosto dele.

- Graças a Deus... Cláudio diz, beijando sua mão e sua boca outra vez. – E esse ferimento? Quando foi a última vez que você fez o curativo?

- Ontem cedo... O Salomão fez pra mim.

- O Salomão? Como assim?

- Depois eu te explico melhor.

- O doutor Jairo esteve lá em casa ontem procurando por ela, Wagner diz.

- Você não me contou isso, Wagner, ela fala.

- Você mudaria de ideia, se eu dissesse?

Ela olha para Cláudio e não responde.

- Eu não quis te deixar mais aflita do que já estava. Me deu até pena dele.

- Entendeu agora porque eu não queria que você fizesse piada sobre isso? – Cláudio pergunta ao irmão. - Não é brincadeira perder uma filha que você criou por anos com tanto amor como ele fez. Eu não faço nem ideia do quanto ele deve estar sofrendo. Mas logo que as coisas se acalmarem... depois que o bebê nascer, ou até antes, nós dois vamos voltar pra lá e falar com ele juntos. Quando você voltar para Casa Branca, Wagner, diga a ele onde nós estamos. Eu quero que ele saiba onde a filha está.

- Não acho que seja boa ideia, diz Mônica.

- Por que não?

- Talvez a minha fuga tenha piorado tudo. Antes de sair de casa, logo que chegamos do hospital, ele disse que o meu bem-estar iria depender só de mim. Se eu viajasse com ele pra Europa e não pensasse mais em ver você de novo, tudo iria ficar bem. Ele me perdoaria e a criança seria criada por nós dois. Caso contrário... se eu insistisse em ficar contra ele... ele... tiraria o bebê de mim... e colocaria no primeiro orfanato que encontrasse, bem longe da gente.

Ela recomeça a chorar e Cláudio a abraça.

- Eu não quero que ele saiba onde estamos, Cláudio. Ele ainda tem direitos sobre mim por... eu ser menor e... pode querer separar a gente de novo e dessa vez pode separar... nós três.

- Não vai, meu anjo... Ele não vai fazer isso. Seu pai é um homem inteligente. Vai acabar entendendo tudo. Não fique assim. Não faz bem pra você.

Ele beija o alto de sua cabeça.

- Onde você está, Cláudio? - Wagner pergunta, querendo mudar o foco da conversa.

- Eu vou te levar lá.

- Não, eu não vou com vocês. Já reservei um quarto na São João. Eu acho que vocês devem ter muito que conversar... Devem querer ficar... sozinhos... Só quero saber o endereço. Amanhã, eu passo lá.

- Você veio sozinho mesmo?

- Não. Foi uma mentirinha branca. Vim com o Leo, o Guto e respectivas namoradas que agora são noivas, a Linda também e... suspense... adivinha.

- Não faço a mínima ideia.

- Faz uma forcinha...

- Quem eu estou pensando, não seria possível. Ela tem um pai e uma mãe ciumentos pra burro e deve estar de castigo até a quinta geração pela última que aprontou. A Diana?

- Palmas pra ele que ele merece! Acertou na mosca.

- Como você conseguiu isso? A Magda e o papai deixaram você trazer a Diana pra São Paulo? Você não mentiu pra eles, mentiu?

- Não... menti pro pai da Mônica... ele diz, coçando a nuca.

- Não complica. O quê?

- Eu não queria trazer a Diana, mas... quando o doutor Jairo esteve lá em casa procurando pela Mônica... eu jurei pela vida da minha mãe que ela não estava na fazenda... e ela estava... na casa do Salomão.

- Você jurou... pela vida da sua mãe... Cláudio pergunta, sorrindo.

- O papai descobriu que era mentira e meu castigo foi trazer a garota comigo.

Mônica e Cláudio riem.

RETORNO AO PARAÍSO – SÃO PAULO

PARTE 3

OBRIGADA E TENHA UM ÓTIMO FERIADO!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 01/05/2018
Código do texto: T6323770
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