RP - SÃO PAULO - PARTE 4

SÃO PAULO

PARTE IV

Mônica e Cláudio riem.

- Você não aprende mesmo. Você não consegue mentir pro papai por muito tempo.

- Mas consegui mentir pro doutor Jairo, é o que importa... com todo respeito Mônica.

- Você está mais do que perdoado, ela diz, se aninhando no peito de Cláudio.

- A Diana está doida pra te ver.

- Pelo amor de Deus, Wagner, toma conta dela direitinho. São Paulo não é Casa Branca.

- Deixa comigo. Fique sossegado.

- Eu estou num hotel na Martinho Prado. Anotei aqui pra você.

Cláudio entrega a Wagner um pedaço de papel que retira do bolso da camisa. - Fica na Consolação. Perto da Augusta. Se você não conseguir achar, pergunta pra qualquer pessoa que eles te informam. Não é difícil.

- Pode deixar. Quem veio até aqui pelo faro, pode chegar lá também. Mas... aqui pra nós... eu não moraria aqui nem que o Geisel me desse uma casa mobiliada, no bairro mais elegante com cinco carros do ano na garagem. Isso aqui é uma confusão! Será que é sempre assim ou é porque é época de Natal?

- Não coloca a culpa no Natal, não. A cidade é assim nos outros trezentos e sessenta a cinco dias do ano também, mas eu jurava que você gostasse dessa confusão. Isso aqui é a sua cara.

- Gosto da minha própria confusão e ela não é nem um quarto disso aqui.

- Quanto tempo você vai ficar aqui?

- Até sexta, depois voltamos pra lá. O pessoal quer passar o Natal com suas respectivas famílias. Volto sozinho na segunda e fico até a outra sexta-feira. Passo o Ano Novo lá e volto novamente no dia dois. Depois... só o tempo dirá.

- E isso tudo é porque você não gosta dessa confusão.

- Eu tenho... negócios a tratar aqui. Além de cuidar de vocês.

- Você não tem que cuidar de ninguém. Eu estou bem. Agora eu estou bem.

Ele abraça Mônica com mais força e Wagner faz um sinal para Cláudio que olha para ela e vê que ela está dormindo em seus braços.

- Ela está cansada, ele diz em voz baixa. - Acho melhor a gente ir pro hotel.

- Você tem dinheiro? - Wagner pergunta.

- Você tem aí?

- Não, mas banco aqui é o que não falta. Tem cinco em cada rua.

- Eu quero que você retire tudo que eu tenho na minha conta no banco em Casa Branca e traga pra mim. Eu deixei o talão de cheques na casa da Luís Gama. Pega pra mim e traz quando você voltar. A Magda te ajuda e a Bárbara não vai se recusar a deixar você entrar lá.

- E o Mercedes?

- Acho que ainda está no estacionamento da Santa Casa. Depois te dou as chaves. Estão comigo no quarto do hotel.

- Eu vou trazer pra você quando voltar.

- Eu vou vendê-lo.

- Vender? Ficou maluco. Vender aquela gracinha?

- Eu não quero mais aquele carro... e não quero mais o seu Aston também. Se você puder me deixar o Peugeot...

- A gente troca amanhã e eu compro o seu Mercedes.

- Compra? Você não gosta de dirigir carro. O que vai fazer com ele?

- Depois eu resolvo. Negócio fechado?

- Paga em cash?

- Nota em cima de nota.

- É seu, mas o que você vai fazer com três carros?

- Dois, você vai ficar com o meu.

- A gente troca então.

- O Mercedes vale mais que o Peugeot.

- Sem problema. Me dá a diferença e não se fala mais nisso.

- Amanhã, eu te trago o meu carro, ficou no hotel. E pego o Aston. Acho que já conversei demais. Vou indo. Acorda ela. Quero me despedir.

Cláudio toca no rosto de Mônica e chama baixinho:

- Amor...! Acorda.

Ela abre os olhos e vai despertando aos poucos. Olha para ele e sorri.

- Nossa! Eu apaguei?

- Literalmente, Wagner diz sorrindo.

- O Wagner já vai embora.

Mônica se senta ereta no banco do carro e sorri para Wagner que pega sua mão e lhe beija o rosto.

- Obrigada por tudo, ela diz. - Desculpa o trabalho que eu te dei.

- Trabalho quem me dá é ele, pra você foi um prazer. Tchau, cunhadinha.

Volta-se para o irmão.

- Te cuida. Não deixa essas olheiras crescerem. Deixa isso pra daqui quatro meses. Tchau.

- Tchau e obrigado sempre, mano. Eu te amo. Até amanhã.

Cláudio aperta sua mão e beija o irmão no rosto. Wagner sai do carro e vai para a moto, mas se lembra de algo e volta. Cláudio e Mônica já saíram do carro para passar para o banco da frente e ele pede:

- Mônica... você poderia me emprestar aquela foto?

- Foto?

- É... Aquela...

- Ah, sei, claro...

Ela ainda está sonolenta e ajeita os cabelos, retira a fotografia do livro dentro da mochila e lhe entrega.

- Depois eu devolvo.

Ele se afasta em seguida.

RETORNO AO PARAÍSO – SÃO PAULO

PARTE 4

OBRIGADA E TENHA UM ÓTIMO FERIADO!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 01/05/2018
Código do texto: T6323775
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