RP - SÃO PAULO - PARTE 25

SÃO PAULO

PARTE XXV

Wagner olha para Linda e não responde.

- Eu não quero brigar com você, Wagner, mas não vou ficar apagando incêndio seu aqui em São Paulo, como fazia lá em Casa Branca. Não estou com tempo nem paciência. Se você não concorda com meu jeito de pensar, ótimo, volta pra lá. Volta pra casa, mas não se meta mais na minha vida.

- Eu estou só tentando ajudar alguém que saiu bem machucado de uma história que ainda não terminou.

- Não é você que tem que fazer isso.

- Se eu não fizer, ninguém vai. Não vejo mais ninguém ligando pra isso. Nem você, porque, pelo que eu entendi, ela não faz mais parte da sua vida, já que você decidiu que ela continua morta pra você.

Cláudio respira fundo e procura ficar calmo, passa as mãos pelo rosto e vai sentar-se perto de Mônica, segurando sua mão.

- Como você descobriu que ela estava no Emílio Ribas? Daria um excelente detetive...

- A Linda me ajudou.

- Ótimo, parabéns aos dois. Se vocês queriam saber se ela estava lá, eu digo aos dois: estava. Eu a vi.

- Viu? - Wagner pergunta, puxando uma cadeira e sentando na frente dele.

- Vi... e ela me reconheceu.

- Como? Se ela nunca te viu?

- Pelo nome, não sei... Acho que... ser o Cláudio de Casa Branca tem algum significado pra ela...

- E você falou com ela? - Mônica pergunta.

- Não, ela fugiu de mim o tempo todo que eu estive lá.

- Como você foi parar lá no Emílio Ribas? Baita coincidência! - Wagner pergunta.

- Tudo foi uma enorme coincidência mesmo, se é que isso existe... O amigo que eu fui visitar na Santa Casa trabalha também no Hospital Emílio Ribas como infectologista. Eu fui procurar por ele, pra ver se ele podia indicar alguém de confiança que poderia me emprestar algum dinheiro. Eu quero começar a investir num consultório médico só meu, pequeno que seja, aqui em São Paulo, e ele me levou até uma pessoa que é amiga dele e tem muito dinheiro. Só que essa pessoa... é a Karen Johnson.

- Como assim? A Karen está aqui? - Wagner pergunta.

- Internada no Emílio Ribas. Teve uma crise de úlcera gástrica.

- Então era dessa senhora, a casa aonde a gente foi, Linda diz, olhando para Wagner.

- E a Lucila é empregada dela, completa ele.

- É isso mesmo, diz Cláudio. - Ela é quase uma espécie de... dama de companhia... governanta...

- Meu Deus... Se contar ninguém acredita... Que mundinho pequeno!

- Bom, em resumo... ficou muito claro pra mim que Karen não sabe dessa ligação da empregada dela comigo e nem a Lucila sabia da importância que Karen tem pra mim. Uma não sabe quem é a outra. E eu quero que continue assim. E você vai me prometer não procurá-la mais.

- Mas...

- Se ela quiser me ver novamente, vai ter que me procurar. Tem meios pra saber onde eu estou. Vai depender dela, continuar ou não com essa história que você disse que ainda não acabou. Eu vou respeitar a decisão dela e quero que você faça o mesmo. Não procure por ela antes que ela me procure, entendeu?

Wagner não concorda, mas não diz nada.

- Ainda não te convenci, não é? - Cláudio pergunta.

- Não... Eu prometi pro Salomão que ia levar a filha dele de volta.

- Agora não é só minha vontade que está prevalecendo, Wagner. A mulher que você quer ajudar... talvez não esteja precisando de ajuda. Pelo que eu entendi, ela está muito bem. É empregada, sim, mas isso não diminui ninguém. Ela trabalha pra mesma pessoa que ajudou nós dois na infância. Não podia estar em melhor companhia. A Karen é um anjo, você sabe.

- Mas você não quer falar com ela? Saber da história toda...

- Não... Só se ela quiser me contar. E eu não vi nenhum indício de que isso possa vir a acontecer nos olhos dela. Se ela fugiu de mim, é porque sabe que fez alguma coisa que não devia fazer no passado e não tem interesse nenhum em se revelar.

- Você não pode dizer isso com certeza, sem não falar com ela.

- Mas não cabe a você nem a mim, decidir isso, caramba! - Cláudio diz, nervoso.

Wagner se levanta e, ainda zangado, diz:

- Vamos embora, Linda, ele diz, ríspido, indo para a porta e saindo do quarto.

Linda se levanta e diz:

- Eu estou com você, Cláudio. Ele vai acabar mudando de ideia.

- Obrigado, Linda. Vê se consegue esfriar o tochinha. Ele vai acabar pegando fogo na roupa.

Ela sorri e beija Mônica e Diana no rosto.

- Tchau, a gente se vê.

Linda sai também.

RETORNO AO PARAÍSO – SÃO PAULO

PARTE 25

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 08/05/2018
Código do texto: T6330348
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