RP - MUDANÇA - 1978 - PARTE 7

MUDANÇA – 1978

PARTE VII

Cláudio pensa por um momento, mas ainda assim discorda.

- Não... Não foi só por ela. Foi por mim também. Eu fiz tudo isso consciente. Não foi um ato de... adolescente. O que eu sinto por ela não começou ontem, nem na semana em que eu saí de casa. Eu gosto mesmo dela. Eu não preciso tentar te provar que eu a amo de verdade. Você viu o início disso tudo. Se você ainda não acredita...

- Pra te falar a verdade... antes de vocês saírem de Casa Branca, eu cheguei a duvidar. Eu achava que você estava empolgado pelos dezessete anos dela. Se você me permite dizer, com todo respeito... a Mônica é a garota mais bonita que eu já conheci, por dentro e por fora. Qualquer pessoa gosta dela logo que a conhece. Por isso eu achei que você estava procurando nela uma fuga de um casamento que já não estava bem das pernas. Eu só vim a acreditar mesmo quando você assumiu o caso de vocês de verdade indo com ela até Casa Branca quando seu pai ficou doente. Tudo estava ainda muito verde pra fazer isso, mas você peitou todo mundo e olhou pra todo mundo de frente. E ela também chegou lá, mostrando aquela barriguinha charmosa sem nenhum constrangimento. Orgulhosa... Os dois estavam lá, corajosos... Aí eu não tive mais dúvidas de que eu tinha feito a coisa certa me afastando dela. Agora eu acredito e torço pra vocês dois até o fim.

- E a paixão? Passou?

Miguel sorri.

- Você disse a palavra certa: paixão. Era isso mesmo que eu sentia. E o que qualquer um sente quando conhece sua mulher. Ela é muito especial. Eu estava apaixonado. Não era amor. Amor é o que eu sinto pela minha Lúcia e pelo Rodrigo.

- Rodrigo?

- Meu filho...

- Ele... é seu?

- Não... infelizmente. Mas vai ser quando eu me casar com a Lúcia.

Mônica entra no consultório com Lúcia.

- Vocês ainda não acabaram? - Mônica pergunta, se aproximando de Cláudio.

- Nós temos que ir, Miguel, diz Lúcia. - Tenho que pegar o Rodrigo na escola.

- Nós temos, ele diz, beijando-a. – A gente já vai.

Ele olha no relógio.

- Nossa! Quase oito. Quem vai levar bronca sou eu. Eu prometi pra ele que levaria um brinquedo, mas a essa hora não vamos encontrar quase nenhuma loja de brinquedo aberta.

- Aprendendo a ser pai, Miguel? - Cláudio pergunta, abraçado a Mônica pela cintura.

- E o pior é que é supletivo! Estou cinco anos atrasado. Vamos indo, amor?

- Vamos, ela diz. – Foi um dia muito divertido.

- Ainda essa semana a gente quer ir ver o Alberto, Lúcia, Cláudio diz.

- Quando vocês quiserem. Eu vou falar com ele amanhã e já vou preparando o coraçãozinho dele.

- Mande um beijo grande de nós dois, diz Mônica. – Diga a ele que estamos morrendo de saudade.

- Digo sim.

- Te vejo amanhã no hospital, Cláudio.

- Até...

Cláudio e Mônica vão levar os dois até o carro e, quando voltam, ela se senta numa cadeira giratória parecendo cansada, mas feliz. Cláudio encosta-se ao batente da porta e fica olhando para ela em silêncio.

- Você vai se encontrar com o Miguel na Santa Casa?

- Vou... Você já sabia, não é?

Ela sorri um sorriso travesso.

- Eu pedi pro Valter sugerir.

- Não foi o Valter que sugeriu. Ele se ofereceu e o Valter concordou.

- Eu conheço bem os seus amigos... Eles te amam como eu.

Cláudio fica ainda olhando para ela e Mônica estende a mão em direção a ele.

- Vem cá... Você não me deu nenhum beijo hoje.

Ele se aproxima da cadeira, faz com que ela se levante, senta-se no lugar dela e a faz se sentar em seus joelhos, beijando-a com carinho.

- Você está bem? - ele pergunta.

- Estamos, as duas. E muito felizes.

- Eu também estou realmente feliz.

- Jura?

- Juro.

- Que bom!

- Me pede alguma coisa bem absurda.

Mônica ri sem acreditar no que está ouvindo.

- O quê!?

RETORNO AO PARAÍSO – MUDANÇA - 1978

PARTE 7

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 04/06/2018
Código do texto: T6354958
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.