RP - O CASAMENTO DE BETO LAGE - PARTE 17

O CASAMENTO DE BETO LAGE

PARTE XVII

Em resumo é isso, diz Cláudio, eu tenho um tumor na cabeça...

- Meu Deus... Lucila sussurra.

Karen não diz nada, pois já sabia de tudo. Mônica encosta o rosto no ombro dele e chora em silêncio. Wagner também fica em silêncio, tão perplexo fica, como se não tivesse ouvido o que o irmão disse. Cláudio olha para ele.

- Diz alguma coisa.

Wagner se levanta devagar e dá alguns passos pela sala para tentar digerir aquela informação absurda demais para ele poder assimilar.

- Deixa eu ver se entendi... Você tem... câncer?

- Eu não gosto muito da palavra, mas... pode ser, ele diz, finalizando com um suspiro.

- E o que você está fazendo aqui? Você devia estar lá no hospital, Cláudio.

- Eu estou bem. Você está vendo que eu estou bem...

- Bem? Você está doente, cara!

- Senta. Eu vou te dizer por que eu estou aqui na minha casa com a minha mulher e a minha família.

- Fala. Eu estou bem de pé. Eu prefiro ouvir em pé.

Cláudio sorri serenamente.

- Tudo bem...

- Você devia ter começado a droga do tratamento quando ficou sabendo disso. Que raio de médico é você?

- Eu vou fazer o tratamento. Fique bem tranquilo quanto a isso.

- Mas você devia estar lá agora, droga! Não sair do hospital como se nada estivesse acontecendo, caramba!

- No meu caso tanto faz ser aqui ou no hospital, Wagner. Eu posso fazer isso em casa e é o que eu vou fazer.

Wagner ia falar mais alguma coisa, mas resolve não insistir. O irmão está falando com tanta certeza que ele se sente impotente para retrucar. Volta a se sentar ao lado de Karen que segura sua mão.

Percebendo que o irmão se acalmou, Cláudio olha para a mão de Mônica dentro da sua, beija sua testa e prossegue:

- Tem outra coisa que eu preciso falar, já que esse assunto se esgota aqui. É uma coisa simples e complicada ao mesmo tempo...

Ele olha para Lucila e depois para Karen.

- Karen... tem a ver com você... e com a dona Lucila...

- Comigo? Filho, eu já disse no hospital que aceito o que você quiser fazer... embora não concorde...

- Não... Não tem nada a ver com meu caso... e tem ao mesmo tempo... Tem a ver comigo... mas de outra maneira...

Lucila percebe o que ele está para dizer e pede em voz baixa:

- Não faz isso, filho...

- Eu tenho que fazer... mãe...

Ela fecha os olhos e as lágrimas escorrem por seu rosto, mais copiosas que antes. É a primeira vez que Cláudio a chama de mãe. Karen olha para os dois e pergunta, incrédula:

- Do que... você está falando, Cláudio?

- Karen, você me conhece há vinte anos e conhece toda a história da minha infância e com certeza é a pessoa que mais se importou comigo naquele tempo e mesmo depois. E eu te amo por isso e você sabe que é verdade. Eu tenho que te dizer uma coisa que eu descobri há pouco tempo, mas que não é justo que você, que sempre me ajudou tanto, fique alheia ao que está acontecendo dentro da sua casa...

- Sua casa... ela afirma.

- Era sua até pouco tempo. É nossa agora.

- Eu não estou entendendo.

- Você vai entender e eu preciso que você use esse seu coração maravilhoso... pra compreender e perdoar todas as pessoas envolvidas nessa história. Meu pai... eu mesmo e... essa mulher que se tornou sua amiga e companheira num momento muito triste na vida de vocês duas.

- Não faz isso, Cláudio, Lucila pede novamente.

Ele coloca a mão sobre a dela e sorri.

- Dona Lucila... é minha mãe biológica.

RETORNO AO PARAÍSO – O CASAMENTO DE BETO LAGE

PARTE 17

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOA TARDE!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 13/06/2018
Código do texto: T6363392
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