RP - O CASAMENTO DE BETO LAGE - PARTE 28

O CASAMENTO DE BETO LAGE

PARTE XXVIII

Cláudio liga para a Santa Casa e procura falar com Valter que o atende.

- Oi, amigo. Como vai?

- Tudo bem.

- Está tudo bem mesmo?

- Valter, eu ainda não estou morrendo. Estou ótimo. Só estou ligando porque te devo uma satisfação e ao Fabrício.

- Eu só me preocupo. Eu conheci seu pai, ele te falou?

- Falou. O que foi que você achou dele?

- Teu pai? Uma criatura espetacular em todos os sentidos. Eu nunca vi alguém que ama e não tem vergonha nenhuma de expressar isso. Chega a ser comovente. Ele tem, ao mesmo tempo, a ingenuidade de uma criança e a força do pai determinado a dar a vida pelo filho. Ele está aqui em função de você. Eu nunca vi coisa igual. Dentro de toda simplicidade dele, ele te ama demais, cara.

- Eu sei...

- Por que você não volta com ele para Casa Branca?

- Estou ligando justamente pra te avisar que vou pra lá, hoje. Ele te impressionou mesmo, hein?

- Poderia até te fazer bem o ar de lá. Você se sente em condições de fazer uma viagem longa como essa?

- Acho que sim.

- Os remédios que o Fabrício passou vão servir pra controlar dores ou algum sintoma que você venha a sentir. Eu aposto todos os meus diplomas que você vai se dar muito bem nessa, amigo.

- Espero que você tenha razão. Mas eu sei que tem pelo menos duas pessoas lá que vão ficar muito felizes em saber que eu estou... doente.

- Quem?

- Minha ex-mulher e o pai da Mônica... Mas eu vou deixar o barco rolar... pra ver como fica. Vou entregar nas mãos de Deus. Me deixar ser cuidado, como você disse.

- Estou gostando de ver.

- O que?

- Que você saiu da fase de negação. Você tem que admitir que está doente, Cláudio. Querendo ou não, você tem que admitir que não pode fazer muita coisa sozinho. Se permita ser cuidado agora, você precisa disso. Pensa na sua mulher, na sua filha. Vamos falar claro. Você acha que pode pelo menos pensar em tocar seu consultório novo sozinho?

Cláudio pensa por um momento e responde:

- Não... mas posso tentar.

- É loucura. Vá com seu pai e volte só quando estiver bem de verdade. Você vai sair dessa. Enquanto isso, você vai ter sua família junto de você, sua filha vai nascer num lugar saudável e limpo. Diferente dessa loucura que é São Paulo. Pense no bem estar da Mônica, do bebê e do teu próprio. Foi aqui que você descobriu essa doença filha da mãe. Quando morava lá, você imaginava que pudesse passar por isso um dia?

- Não...

- Pois é. Posso estar falando besteira, mas eu sei que vai pelo menos ajudar.

- Se é uma coisa que eu não quero e nunca quis foi voltar a depender do meu pai, Valter...

- Mas...

- Eu sei, calma, eu não terminei ainda. Está mais do que evidente que eu não posso cuidar de mim, da Mônica e da nossa filha por enquanto, principalmente depois que ela nascer. Ainda mais que eu prometi pra Mônica que ia me cuidar... Acho que devo isso a ela. Ainda assim...

- Ainda assim...?

- Eu penso no meu pai, na minha madrasta, nas minhas irmãs... na situação deprimente que tudo isso vai causar na fazenda.

- Você trocaria a felicidade de estar sendo cuidado por eles, que te amam, pra ficar aqui nessa cidade, sofrendo sozinho?

- Eu não estou sozinho...

- Claro que não, você tem a Mônica e nós, seus amigos, mas você vai levar ela com você e você vai estar cercado de muita energia boa. Do amor da sua família. Quer coisa melhor?

- Não... Acho que não.

- Então volta, Cláudio. Você foi obrigado a sair de lá, mas não está proibido de voltar. E quer saber mais...? Eu não ia contar, mas... se você não concordasse em ir por si só, teu pai veio especialmente pra levar você de volta e tinha planos muito sérios sobre isso.

- Como assim? Me levar de volta...

- Não diga a ele que eu contei. Ele veio falar comigo com um plano na cabeça digno de um pai desesperado e eu teria que fazer parte desse plano.

- Plano?

Valter conta as ideia de Leonardo e Cláudio ouve tudo com lágrimas nos olhos.

- E você concordou com isso?

- Concordei e não concordei, no início, mas depois eu refleti vi que você não teria nada a perder se fosse. Se ele tivesse me ligado pra colocar o plano dele em ação, eu estava disposto a fazer isso hoje mesmo.

- Você teria coragem de me dopar pra ajudar meu pai a me levar daqui... a força?

RETORNO AO PARAÍSO – O CASAMENTO DE BETO LAGE

PARTE 28

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 18/06/2018
Código do texto: T6367079
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