RP - RETORNO... - PARTE 3

RETORNO...

PARTE III

Chico e Lopes se afastam e voltam a seus afazeres. Magda pensa em ir pessoalmente falar com Salomão. Diana e Elis, já de banho tomado e roupas trocadas, se aproximam dela quando ela desce os degraus da escada do alpendre para ir fazer isso.

- Aonde você vai, mãe? - Diana pergunta.

- Vou até a casa do jardineiro.

- Do Chico?

- Não... Do Salomão... ela diz, já a caminho.

- Eu vou com você, diz Elis, segurando a mão da mãe e acompanhando-a.

- Você quer ir comigo, meu anjo?

- Quero, a menina diz animada.

- Então vem.

Ela olha para Diana que está estática e em silêncio.

- Você vem também, Diana?

- Você não tem medo dele, mãe?

- Por que teria, menina? Vem!

Diana não sai do lugar. Magda não para de andar e olha para trás de vez em quando para sorrir do medo que a filha demonstra.

- Se você não vem, avise a Matilde aonde eu fui.

Ela se enche de coragem e corre atrás da mãe, segurando sua outra mão.

- Eu vou com você.

Magda balança a cabeça sorrindo e segue na direção da cabana.

No meio do caminho, as duas meninas soltam a mão da mãe e começam a correr, brincando aqui e ali com borboletas e algumas flores diferentes que encontram. Elis apanha um ramo de taboa e entrega para a mãe que a recebe, sorrindo.

- Cuidado, filha, não arranque essas plantas assim. Você pode se machucar. Cortar a mão.

- O que você vai falar com ele, mãe? - Diana pergunta.

- Se você está indo comigo, vai ver. Não seja curiosa.

- O Cláudio me trouxe aqui quando o Wagner sumiu. E eu estive aqui também quando o Wagner levou a Mônica pra São Paulo.

- Então por que você ainda parece ter medo do Salomão?

- Ah, não é medo... Pra mim, ele continua sendo muito esquisito, ela diz com uma careta.

Magda sorri. Quando elas chegam perto da cabana, a porta está aberta de novo e Salomão está varrendo o terreiro diante da cabana, com uma vassoura de capim. Ele para de varrer quando vê Magda. Ela sorri e o cumprimenta:

- Boa tarde, Salomão.

Elis se aproxima dele e, sem nenhum constrangimento, curiosa, toca a vassoura, por achá-la diferente. Salomão olha para a menina e estranha que ela não sinta nenhum receio de se aproximar dele.

- Olha, mamãe, é de capim... Como é que você consegue varrer com isso?

Ele não responde.

- Vem, filha, não aborreça o Salomão.

Elis não se importa com a mudez dele e vai se sentar no banco de madeira encostado perto da porta da casa. Tudo ali é novidade para ela. Nunca tinha ido àquela parte da fazenda.

- Você já deve saber por que eu estou aqui, diz Magda.

- Sei, sim, senhora...

- Não me chame de senhora. Eu não sou sua patroa. Sou só sua amiga e quero muito que você venha até minha casa. Meu marido está vindo de São Paulo... com sua filha...

- Eu já disse pros dois empregados dele que não vou.

- Por quê?

- Eu moro aqui. Minha casa é aqui... e ela sabe disso.

- Entendo... e respeito sua decisão. Você está certo e... desculpe a minha ignorância. É que eu fiquei sabendo hoje que você tem uma filha, mas eu vou ter muito prazer em recebê-la na minha casa. Fique certo disso.

Diana se afasta da mãe e passa por ele, olhando fixamente em seus olhos e vai também sentar-se no banco com Elis. Salomão a segue com o olhar.

- Diana, Elis, venham. A gente já vai.

- Eu queria ficar aqui, mamãe, diz Elis.

- Não dá, meu amor. Você vai aborrecer o Salomão...

- Deixa... ele diz, subitamente. – Se ela quer ficar, deixa.

- Elas não vão te incomodar?

Ele olha para as duas meninas.

- Eu estava ajeitando tudo... pra quando a minha filha chegar... Elas podem me ajudar?

- Deixa, mamãe? - Diana pergunta.

Magda fica meio reticente no início, mas permite.

- Tudo bem, mas sem confusão. Aqui não é a casa de vocês.

- Eba! - animam-se as duas.

Diana pega a vassoura das mãos de Salomão e continua varrendo de onde ele parou. O velho se assusta no início, mas acaba sorrindo timidamente.

RETORNO AO PARAÍSO – RETORNO...

PARTE 3

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 20/06/2018
Código do texto: T6368861
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