RP - MORRE UM ANJO...- PARTE 10

MORRE UM ANJO...

PARTE X

Leonardo sai da casa. Cláudio sorri.

- Eu vou tomar um banho, tirar esse cheiro de hospital de cima de mim e já desço pra ligar pra ele.

- Se eu fizer uma canja bem substanciosa pra você, você come? - Magda pergunta.

- Canja, Magda? Eu não quero ser tratado como um velhinho caquético, por favor...

- A minha canja não tem nada de caquética. Tem de tudo. Legumes, verduras, feijão... Até a Mônica vai adorar e vai ser muito boa para a bebê também.

- Eu quero sim, Mônica diz, animada.

- Tudo bem, ele diz. – Que venha a canja. Obrigado, Magda, eu já desço.

Os dois sobem. No corredor, Mônica pega a mão dele e pede:

- Vem comigo. Eu quero te mostrar uma coisa, primeiro.

- O quê?

Eles vão até o final do corredor e ela para diante da porta do antigo quarto de bagunça de Magda.

- Fecha os olhos.

- Mônica, esse quarto está cheio de velharias que a Magda guarda. Brinquedos antigos das meninas e nossos, roupas, tapetes, um monte de quinquilharias...

- Não está mais. Fecha os olhos... por favor.

Ele balança a cabeça, mas faz o que ela pede. Fecha os olhos e Mônica abre a porta, fazendo com que ele entre.

- Pode abrir.

Cláudio abre os olhos e vê lá dentro um quarto de bebê completo. Um berço no canto esquerdo, as cortinas lilases nas duas pequenas janelas, tapetes cor de laranja no chão, a cadeira para amamentação junto do berço, uma cômoda pequena com três gavetas e vários quadros com motivos infantis nas paredes. Sobre o berço, na parede, pintado em letras bem grandes, o nome Maria Cecília em rosa, escrito na posição horizontal com os nomes de Mônica e Cláudio saindo das iniciais na vertical.

Cláudio mal consegue falar, tanta é a emoção que sente. Ele anda pelo quarto tocando tudo sem acreditar no que vê.

- Como... Como você fez tudo isso tão rápido?

- Infelizmente não fui eu sozinha. Foi ideia da sua madrasta. Ela começou a pensar nisso quando soube que eu estava grávida e que o bebê era seu. Foi preparando tudo devagar. Primeiro pediu ajuda pro Chico pra tirar as coisas mais pesadas e pra Matilde pra limpar o quarto. Depois foi trazendo tudo aos pouquinhos pro seu pai não perceber, nem a Diana. Muita coisa ela fez enquanto ele estava em São Paulo com a gente e como a Diana quase não fica aqui em cima, foi fácil pra ela ajeitar tudo.

Cláudio vê um macacãozinho de "plush" amarelo sobre o berço e o pega.

- Esse eu conheço, ele diz, encostando a peça delicada no rosto e sentindo o cheiro. – Conheci quando a gente se encontrou em São Paulo...

- Ela colocou cores bem neutras em tudo no início porque ainda não sabia o sexo do bebê. Por isso tem muito laranja, lilás, amarelo, verde claro... Só as letras do nome dela são cor-de-rosa, mas acho que isso não é tão importante. Importante é o carinho que ela colocou em tudo.

Cláudio abre a primeira gaveta da pequena cômoda e vê, dentro dela, todo enxoval de um bebê. Macacões, blusinhas, pagõezinhos, meinhas, sapatinhos, fraldas, cueiros e duas mantas: uma rosa e a outra branca.

- De tudo que tem aí, eu só comprei metade, diz Mônica. - O resto foi ela. A dona Magda está esperando nossa filha e fazendo coisas por ela desde que você contou pra ela que eu estava grávida de você.

Ele pega a manta cor de rosa já usada, mas sem nenhuma deformação aparente.

- Essa foi a manta da Diana. A branca era da Elis...

- Tem muita coisa das meninas aí. Toquinhas... blusinhas de lã...

- A Magda não existe... Ficou tudo muito lindo... Perfeito...

Ele olha em volta e vai tocar nas letras do nome da filha na parede e percebe que Magda está na porta, observando os dois. Cláudio se volta e estende a mão para ela. Magda vai segurar a mão dele e Cláudio a abraça.

- Obrigado... Não preciso repetir que eu te amo, não é?

- Também amo vocês dois... Vocês três, ela diz, colocando a mão sobre a barriga de Mônica. – Essa menininha está nos meus pensamentos desde que eu soube que ela existia.

- Como você conseguiu fazer isso tudo sozinha?

- Não foi tudo sozinha e nem foi tão complicado. Eu tive ajuda do Chico e da Matilde, no início. Eles eram os únicos em que eu podia confiar. Eu imaginei que a Mônica não ia conseguir pensar nisso livremente, enquanto o pai dela ainda não soubesse da gravidez e como ela já estava quase no quarto mês, eu comecei a pensar que ela pudesse vir morar aqui, caso doutor Jairo fizesse a loucura de colocá-la pra fora de casa quando soubesse. Depois, tudo foi pendendo pra outro lado. Vocês saíram da cidade, foram pra São Paulo... Mesmo assim eu continuei fazendo o quartinho. É claro que ela não vai vir dormir aqui ainda, enquanto for recém-nascida, mas... como sempre foi meu sonho fazer um quarto assim pras minhas meninas e nunca consegui...

- Por quê? - Mônica pergunta.

- O Leonardo não queria de jeito nenhum que elas dormissem longe da gente. A Diana dormiu no nosso quarto até os sete anos e acho que a Elis vai pelo mesmo caminho. Aliás... a gente só conseguiu fazer a Elis depois que a Diana mudou pro quarto atual dela.

Os três riem.

RETORNO AO PARAÍSO – MORRE UM ANJO...

PARTE 10

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 06/07/2018
Reeditado em 06/07/2018
Código do texto: T6382742
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.