RP - MORRE UM ANJO...- PARTE 18

MORRE UM ANJO...

PARTE XVIII

Magda entra com Lúcia, Rodrigo e Alberto, agarrado à mão de Mônica, se dirigem com Diana e Elis para o interior da casa.

- Você não vem, tio Cláudio? - Alberto chama.

- Vai beber água. Você trouxe uma roupa menos chique que essa?

- Trouxe.

- Se troca e vem aqui pra fora brincar. Eu te espero. Quero te mostrar uma coisa.

- Tá bom, ele diz, animado.

Miguel termina de fechar o carro e Cláudio espera por ele.

- Obrigado. Se alguém me dissesse que um dia eu ia receber a sua família aqui, eu diria que era mentira. Eu só ouço você falar da sua mãe, mas nem ela eu conheço.

- Eu também me surpreendo com a velocidade que as coisas aconteceram, diz Miguel, encostando-se no carro. – Mas eu estou muito feliz. Tonto, embasbacado, apavorado, mas feliz. O Rodrigo é tudo de bom. É um azougue, mas ele me diverte e me tira do sério de vem em quando. Ás vezes, eu esqueço que ele é cego e dá vontade de dar uns... beliscões nele.

- Isso eu já percebi. Mas ele é muito ligado, curioso, inteligente... Parece uma criança feliz, segura, apesar da falta de visão, que pelo que eu percebi é só fisiológica. Até chutou que o bebê da Mônica é menina.

- Foi um chute de sorte. Não se impressione com isso. Ele deve ter me ouvido comentar alguma coisa sobre isso com a mãe dele.

- E o Alberto?

- O Alberto... é justamente o contrário. Ele é muito doce, muito carinhoso, mas às vezes eu sinto que ele tem uma revolta interior que de vez em quando aflora em lágrimas, em silêncios momentâneos. Às vezes, ele chora sem nenhum motivo muito específico. Fica triste de repente. Tem pesadelos à noite, acorda chorando, mas não conta com o que sonhou, só chora. A Lúcia ou eu abraçamos ele até ele dormir de novo e logo fica tudo bem. Eu ainda vou conseguir que ele conte os sonhos que ele tem. Quem sabe colocando pra fora, eles parem de acontecer. Noventa por cento do tempo é esse garoto doce que você com certeza já conhecia e que viu agora.

- A vida dele não foi fácil. Dá pra entender tudo isso. Espero que o amor que você e a Lúcia têm pra dar pra ele minimizem pelo menos cinquenta por cento de toda revolta que ele tem dentro daquele coraçãozinho.

- A gente vai fazer o possível... mas e você, como está?

Cláudio e Miguel vão sentar-se na varanda.

- Estou bem. Voltei a trabalhar no orfanato com a Bárbara.

- Caramba! Que bom. Fico feliz por você

- O Henrique me pediu para ir vê-lo amanhã. Mas eu ainda não sei se vou a essa consulta.

- Você tem que ir. Não vai dar pra trás agora.

- Não sei ainda se estou preparado pra me encontrar com o doutor Jairo de novo.

- O Santa Mônica é enorme. O consultório dele é na ala de cardiologia. Você vai ter que entrar lá pra encontrar com ele. Leva em conta que ele também não quer falar com você.

- Eu não posso ficar fugindo dele a vida inteira. Algum dia a gente vai ter que conversar. E eu já percebi que só pensar nele me faz mal.

- Quer que eu vá com você?

- Claro que não. Não sei se você percebeu, mas eu não sou mais criança...

- Mas não me faça a besteira de deixar de ir. A Mônica não vai gostar.

- Eu sei... Por falar nisso... Ela quer que você faça o parto dela.

- Eu? Como? Eu não estou mais trabalhando em hospital nenhum. Eu nem moro mais em Casa Branca.

- Ela quer ter a nossa filha aqui.

- Aqui na fazenda? Ela bebeu! Pirou de vez essa garota? Eu nunca fiz um parto fora de um hospital. Você concordou com isso?

- Não, mas não estou conseguindo tirar isso da cabeça dela. Ela não quer ir pra cidade e como ela ouviu a Magda contar que a Elis nasceu aqui... pelas minhas mãos...

- É, eu conheço essa história. Você fez o parto e tudo mais... mas eu não sou você e eu preciso do mínimo de estrutura pra fazer uma criança nascer. Não se brinca com essas coisas.

Mônica sai da casa com Alberto, Diana e Elis. As três crianças descem as escadas correndo pelo terreiro, animadas. Mônica aproxima-se dos dois e Cláudio pega sua mão e a faz sentar-se em seu colo.

RETORNO AO PARAÍSO – MORRE UM ANJO...

PARTE 18

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOA TARDE!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 09/07/2018
Código do texto: T6385469
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