MI -UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 13

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XIII

Janete está na porta e é ela quem fala. Wagner se volta e se levanta, olhando para ela.

- Meu? Você está... brincando, não está?

- Gostaria de estar, mas não... Mas eu quero que você vá embora daqui e não volte mais. Eu não preciso de você... nem ele.

- A gente tem que conversar, Janete. Cadê ele?

- Ficou na praça brincando com outros meninos. Quando eu vi que seu carro ficou parado lá na frente do Barão, eu imaginei que você tivesse vindo pra cá, pra xeretar com a minha vó. Agora vai embora.

Wagner fica sem saber o que fazer e olha para dona Joana como a pedir ajuda, mas senhora não diz nada.

- Como é o nome dele?

- Você não vai saber por mim e se Deus quiser você nunca vai saber. Vai embora! Ele é só meu. Ele é só da garota desmiolada que foi mandada embora de Casa Branca, grávida, por sua causa! Eu não tive a mesma sorte da Mônica. Não tive a sorte de ficar viúva como ela.

Os olhos dele se enchem de água.

- Eu vou voltar, Janete. Se aquele garoto é meu filho, a gente ainda tem muito que conversar e não ouse sair da cidade sem antes falar comigo.

- Você não manda em mim.

Ele fecha as mãos e sente a mesma coisa que sentiu na festa do casamento de Beto, mas procura se conter e passa as mãos pelo rosto.

- Janete, eu não estou brincando.

- Nem eu! Sai daqui, Wagner!

As lágrimas caem dos olhos dele e Wagner não acredita no que está acontecendo. Olha para dona Joana de novo e se aproxima dela, pegando sua mão.

- Dona Joana, por favor, me ajuda...

- É melhor você ir embora, filho. Melhor pra você e pra ela.

- Mas... se tem uma criança nessa equação... E pra ele? Como é que ele fica?

- Ele já viveu doze anos dessa forma. Não vai acontecer nada.

Janete vai até a porta do quarto e escancara a porta, gritando:

- Quer sair daqui agora?! Volta pra sua fazenda e seja feliz.

Wagner se levanta e, antes de sair do quarto, diz:

- Eu vou voltar.

Ele sai e ela bate a porta atrás dele.

Wagner sai na rua, transtornado. Encosta-se no muro da casa e chora ainda mais. Depois vai rapidamente até seu carro e entra nele. Apoia os braços no volante e fica alguns segundos sem saber o que fazer, que direção tomar.

Se daquela aventura irresponsável que ele teve a doze anos com Janete, restou um filho, ele precisa fazer alguma coisa. Levanta a cabeça e enxuga os olhos, procurando colocar a ideias no lugar.

Ela disse que o menino tinha ficado na praça brincando. Ele dirige até lá, estaciona o carro, olha para a praça e vê vários meninos e meninas que sempre ficam por ali correndo. Procura localizar o que estava com ela e o vê. Camisa azul, bermuda de jeans e os cabelos escuros, mas cacheados como os dele. As feições do menino lembram muito o moleque que ele foi. É inegável que não seja seu filho.

O garoto está sentado num dos bancos da praça, conversando com outros dois em voz baixa, diferente dos demais que correm e brincam de pega-pega em volta deles.

No lado central da praça, perto do gazebo, há uma carrocinha de doces que sempre fica ali. Os meninos conversam e olham para ela de um jeito suspeito. Wagner os observa, quando, de repente, os três saem correndo e um de cada lado se aproxima correndo da carrocinha e rapidamente pegam alguns doces, saindo em disparada para longe da praça em direções diferentes.

Seo João, o dono da carrocinha, grita, tentando evitar que eles roubem sua mercadoria, mas como são três e cada um correu para um lado da praça, ele não tem como persegui-los.

- Cambada de delinquentes! - o velho grita, impotente. – Eu vou chamar a polícia!

Wagner sai do carro e segue o garoto que ele acabou de descobrir que é seu filho e, como ele correu na direção do restaurante, para depois correr para a casa de Janete, ele consegue segurá-lo na corrida. O garoto é franzino e bem leve e não é difícil para Wagner levantá-lo do chão. O menino, ao ver-se parado no meio da corrida, grita, tentando se desvencilhar dos braços dele.

- Me solta! Me larga, droga!

Wagner o coloca em cima do carro e tenta segurar seus braços. Os doces que o menino tinha pegado caem todos no chão.

RP – MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 13

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 05/08/2018
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