MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 25

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XXV

Mônica não sabe como responder imediatamente, quando se lembra do medo que teve na noite em que fez amor com Cláudio pela primeira vez e que havia a possibilidade de ela estar grávida, segundo a suspeita dele mesmo.

- Meu amor... É... muito complicado falar disso com você... Eu te contei que não era casada com seu pai, quando engravidei. Eu tinha dezessete anos e não sabia de muita coisa...

- Você ficou com medo?

- É... No começo sim...

- Eu acho que devia ter te avisado que vinha, não é?

Mônica ri e beija o rosto da filha.

- Se eu tivesse avisado, você me deixava vir?

Mônica olha para ela com ternura e acaricia seu rosto.

- Acho que... sim. Acho que, de alguma forma, dentro de mim, eu sabia que isso podia acontecer, tanto que... eu e seu pai nem nos protegemos. Nem evitamos.

- Vocês podiam... evitar que eu viesse?

- Sim... mas a gente nem pensou nisso. A gente só queria... ficar junto. De algum jeito... bem misterioso, você me avisou e eu te recebi, e esse foi o momento mais bonito da minha vida, mas... depois, eu fiquei assustada e me acovardei. Eu tive medo por você mesmo. Fiquei com medo de não poder cuidar de você como você merecia, por estar sozinha, sem seu pai do meu lado... Mas depois... quando você começou a se mexer na minha barriga, aquilo foi me dando uma coragem muito grande e você me ajudou a enfrentar tudo... até... a morte dele depois. Eu tenho certeza de que foi você que fez isso.

Maria Cecília sorri.

- Meu pai falou que eu salvei a vida dele de várias formas.

- A dele e a minha. Depois que ele morreu... eu pensei que fosse morrer também... mas, no dia seguinte, quando eu acordei e tive que amamentar você de manhã, na manhã do dia em que ele ia ser enterrado... eu percebi que tinha que continuar viva... por sua causa, amor.

Uma lágrima corre pelo rosto de Mônica e Maria Cecília a impede de rolar pelo rosto da mãe.

- Está vendo porque eu não gosto de falar dele?

- Não estou chorando de tristeza. É de felicidade. Não importa o que eu senti quando fiquei grávida de você. Importa o que eu sinto agora. Eu te amo mais do que a mim mesma, meu bebê. Sempre te amei.

Maria Cecília beija a mãe e a abraça.

- Vamos dormir, minha boneca?

- Boa noite, mãe. Te amo.

- Eu te amo também.

Mônica beija a filha, várias vezes, no rosto e acende o abajur. Depois vai para a porta e desliga a luz do quarto.

- Mãe!

- Oi, querida.

- Papai vai vir conversar com você...

Muito emocionada, Mônica mal consegue perguntar:

- O quê?

- Boa noite, mãe...

Maria Cecília se vira para o outro lado e fecha os olhos, encerrando o assunto.

Mônica vê que ela não vai explicar o que acabou de dizer. Fecha minimamente a porta, deixando-a entreaberta e vai para seu quarto.

Fecha a porta e se senta diante da penteadeira, olhando para si mesma no espelho. Passa as mãos pelos cabelos curtos como sempre e pega a escova, penteando-os sem conseguir tirar da cabeça a frase da filha. “Papai vai vir conversar com você.”

Ela se levanta e começa a tirar as roupas. Entra no banheiro e abre o chuveiro, tomando seu banho. Enxuga-se, coloca a camisola e apaga a luz do quarto, deitando-se de costas na cama. Fica olhando para o teto por muito tempo, sem conseguir se desligar, como sempre faz para conseguir dormir. Fecha os olhos, faz uma oração e se deita de lado, tentando não pensar em nada.

Mesmo de olhos fechados, ela demora a dormir.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 25

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 09/08/2018
Reeditado em 15/08/2018
Código do texto: T6413823
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.