MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 30

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XXX

Maria Cecília enxuga o rosto, rapidamente, acenando que sim com a cabeça.

- Então acalma seu coração. Eu amo sua mãe demais e também sinto saudades dela, mas como eu disse antes... as coisas nem sempre são como a gente quer, mas são como devem ser. Cabe a nós só aceitar e ter paciência e esperança de que tudo se encaixa no final.

- Você já me falou sobre isso... Eu acho que esqueci... Deus sempre faz o que deve fazer pra que a gente seja feliz. Nem sempre o que a gente quer é o que a gente deve ter no momento. Lá no futuro, mesmo as coisas que são ruins agora... vão se transformar em felicidade.

Cláudio sorri.

- O ensinamento está aí dentro da sua cabeça, só precisa colocar em prática todo dia.

- Mas é tão complicado... - ela diz, fechando os olhos.

Cláudio ri e é a primeira vez que ela o vê fazer isso.

- Você riu! Quer dizer que não está mais triste comigo.

- Eu nunca fico triste com você. Só um pouquinho decepcionado, mas isso logo passa. Você ainda vai fazer muita coisa na vida das quais vai se arrepender, vai ficar triste consigo mesma, decepcionada, zangada, mas quando você respirar fundo e pensar em Deus, as coisas vão se encaixar. Mas vai fazer muito mais coisas das quais vai ficar orgulhosa e vai querer repetir e é isso que vai importar, no final. E... eu quero te avisar... Vamos ficar algum tempo sem nos falar.

- Por quê? Você ficou zangado comigo por eu te chamar daquele jeito? Eu só queria falar com você e...

Ela para de falar e percebe a ruga na testa de Cláudio de quando ele quer que ela baixe o tom da conversa. Faz silêncio e espera.

- Posso continuar? - ele pergunta.

- Desculpa de novo. Fala.

- Vai ser só um tempo pra você se acostumar a ficar longe de mim. Só não se esqueça nunca... nunca... que eu posso estar longe dos seus olhos, mas vou estar sempre perto do seu coração e ainda te amo muito e sempre. Você vai começar suas aulas logo e tem que se concentrar nas coisas da escola.

- Não posso nem saber quando você volta?

- Não... Você sobrevive?

- Você vem pro meu aniversário?

Cláudio sorri de novo.

- Venho. Já disse que venho. Não é todo dia que a minha menina faz treze anos.

- Oba...! - ela diz baixinho, batendo palmas silenciosas. - Sabe o que eu queria de presente?

- Tenho uma leve suspeita, mas não quero bancar o “sabe tudo” porque você não gosta. Não sei, o quê?

- Dar um beijo em você.

- Sua mãe pediu a mesma coisa...

- Pediu? E o que você disse?

Cláudio fica olhando para ela.

- Eu te digo no dia dezesseis de abril.

- Ah, não vale, pai!

- Vale... Vale sim, Maria Cecília Telles Valle.

Maria Cecília ri, entendendo o trocadilho que ele faz com o nome da família.

Ela se aproxima dele e se senta na outra extremidade do banco perto dele. A mão de Cláudio está sobre o encosto do banco e ela coloca a sua na mesma posição.

- Queria tanto tocar você...

- Filha...

Maria Cecília escorrega a mão lentamente sobre o encosto e arrisca se aproximar. Cláudio levanta a mão e coloca sobre a cabeça dela. Maria Cecília sente a mão dele e fecha os olhos. A energia que sai da mão dele atravessa seu corpo todo e ela se arrepia e sente que vai desmaiar. Perde os sentidos e quando abre os olhos novamente, sente o beijo da mãe em seu rosto.

- Acorda, dorminhoca. Eu não falei pra você dormir de novo, falei só que ia tomar banho...

Maria Cecília se levanta da cama onde está deitada e pergunta:

- Cadê o papai?

- O quê?

- Ele estava aqui agora mesmo!

- Você sonhou com ele, meu anjo. Vem, vamos tomar café. Sua avó já está preocupada, porque você desceu e subiu e não desceu mais. Voltou a dormir. Vem.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 30

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 11/08/2018
Código do texto: T6415788
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