MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 31

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XXXI

Wagner procura continuar sua vida normalmente, depois da tentativa de levar Janete para a fazenda para conversar com o pai e falar com ele sobre o filho, mas ele não para de pensar no menino e sempre que vai ao centro da cidade para resolver seus problemas no banco ou no comércio, vem à sua mente o dia em que viu André pela primeira vez e depois o viu na praça tentando roubar o doceiro.

Quando já descia a José Júlio, depois de sair do Banco do Brasil para ir para a casa, faz questão de olhar para o lado da praça para talvez ver o filho de novo.

Wagner para o carro perto do ponto de táxi, que fica na praça da matriz, diante do restaurante Barão e como sempre faz, olha em volta para procurá-lo. Não quer mais ir à casa de Janete, por enquanto, pois já foi bastante estressante tanto para dona Joana quanto para André vê-lo discutindo com Janete.

Fica alguns minutos parado, mas não vê nada do filho. Desiste, coloca o carro novamente em movimento e vira a esquina para voltar para a fazenda; ele olha para a esquina da rua de Janete e vê André subindo a rua com mais dois meninos, indo em direção à praça da matriz.

Wagner para o carro e espera. Os meninos passam atrás do veículo e seguem para a praça. Os três se sentam num dos bancos, conversando animadamente. Wagner pensa em fazer algo que talvez não seja tão correto, mas tem que tentar alguma coisa.

Estaciona o carro no meio fio e sai do veículo; volta para a José Júlio e atravessa a rua, aproximando-se dos meninos que estão de costas para o lugar de onde ele vem.

- André! – ele chama.

Os meninos olham juntos para trás e André se assusta e se levanta rapidamente ao ver quem chamou.

- Oi, sou eu... – Wagner diz, sorrindo, para não assustá-lo.

André olha em volta e pergunta:

- O que você quer?

- Nada, eu só te vi e...

- Minha mãe não quer que eu fale com você.

- Eu sei...

Os outros dois meninos, Silas e Francisco, reconhecem Wagner e o cumprimentam:

- Oi, seo Wagner!

- Oi, meninos... – ele responde, sem tirar os olhos do filho. – O que vocês estão fazendo?

- Nada, Silas responde. - A gente ia... brincar de pião aqui na praça.

O menino mostra o brinquedo em sua mão.

- Vocês gostariam... de ir comigo até a fazenda pra... nadar na represa?

- Claro! Agora? – diz Silas, animado.

- Agora... Vocês podem ir perguntar pras mães de vocês se podem ir e eu espero aqui, tudo bem?

- Não precisa. Minha mãe nem está em casa. Está trabalhando. Eu vou! – responde Francisco.

- Eu vou em casa avisar minha mãe e já volto – diz Silas, afastando-se, correndo.

- Francisco, vai com ele e avisa pra mãe do Silas que você também vai, assim ela fica responsável por saber onde você está, caso sua mãe pergunte.

- Tá!

Os dois meninos se afastam. Wagner olha para André que continua parado olhando para ele muito sério.

- Você também quer ir?

- Eu não posso... Você sabe que eu não posso.

- Mas você quer?

André não responde.

- Eu levo você e os seus amigos e trago vocês antes das quatro da tarde. Você ia ficar o dia inteiro brincando aqui, não ia?

- Eu paro só pra almoçar. Minha bisa pediu que eu voltasse à uma.

- Sua mãe não está em casa?

- Não...

- Quer perguntar pra sua bisa se pode ir?

- Não, ela também não vai deixar. Minha mãe só me deixou com ela com essa condição. Se eu desobedecer... estou frito.

- Se você for, eu me entendo com ela depois. Você vai almoçar na minha casa. Vocês três. Vai ser muito legal.

André respira fundo, morrendo de vontade de ceder ao convite, mas em dúvida quando pensa no discurso que Janete faz para ele, todos os dias, lhe alertando sobre Wagner.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 31

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!