MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 38

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XXXVIII

Chegando ao Jardim de Salomão, Maria Cecília para e chama, em voz baixa:

- Pai!

Olha em volta e suspira, desejando conseguir ver o pai mais uma vez, sem esperança. Ele disse que ficariam sem se ver por um tempo. Senta-se na grama, ofegante, e espera. Fecha os olhos e quando os abre, vê Cláudio sentado no banco.

- Se você quer saber no que deu a conversa do seu padrinho com a mãe do André está perdendo tempo, ele diz, com sua voz tranquila.

- Você não sabe?

- Você é muito impaciente e... xereta...

Ela ri.

- Queria só saber se ele vai vir outras vezes aqui pra brincar comigo. Vai?

- E se você exercitasse a sua paciência e esperasse como todo mundo faz? Eu posso falar que sim e de repente ele não vem. Depende da mãe dele e não de mim.

Maria Cecília abraça os joelhos e suspira, parecendo decepcionada.

- Filha...

- Oi...

- Você ouviu seu padrinho dizer que ama o André?

Ela balança a cabeça, afirmando.

- E que ele nunca vai deixar de ser filho dele?

- Ouvi...

- Então confia no seu dindo. O André nunca vai deixar de ser seu primo também. As chances de ele continuar vindo aqui pra brincar com você são inúmeras. Vai ficar...

- ...tudo bem, eu sei! - ela termina a frase, rindo em seguida.

Cláudio ri também.

- Repete sempre isso, antes de me fazer perguntas que eu não posso e não devo responder. Não era nem pra eu estar aqui de novo. Eu não te falei isso?

Ela olha para o pai.

- Eu te amo, paizinho.

- Você nunca diz isso assim, de graça. Mas meu coração se enche de alegria cada vez que acontece. Eu também te amo demais, meu anjinho, você sabe disso.

- O vô falou que está ficando tarde, ela diz, levantando-se. – Vou voltar pra casa, antes que a vó me chame pra jantar.

- Essa é minha menina...

- Pra sempre?

Cláudio sorri.

- Graças a Deus!

Ela beija a palma da mão e sopra para ele, correndo em seguida de volta pra casa.

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No final de fevereiro, Wagner vai apanhar uma correspondência no correio em Casa Branca e resolve passar na casa de dona Joana para rever o filho.

Felizmente ela tinha melhorado bem de saúde e ela mesma vem recebê-lo à porta, quando ele bate palmas no portão. Não entra mais na casa sem pedir permissão desde que Janete está morando com a avó.

- Bom dia, dona Joana! Tudo bem com a senhora?

Ela sai no quintal e sorri, aproximando-se.

- Oi, Wagner. Bom dia!

- O André está?

- Não.

- Saiu com a Janete? Eles foram aonde?

- Ele... voltou pra Ribeirão, filho.

Wagner parece ter levado um banho de água fria.

- Ele o quê?

- As aulas dele vão começar no início de março e ele teve que voltar. Ele estuda lá e a minha neta também tinha que voltar ao trabalho.

- Mas... por que ela não me avisou? Por que a senhora não me avisou?

- Eu imaginei que você soubesse. Sua sobrinha também vai voltar às aulas agora no início do mês, no Rubião. E o André vai começar a fazer a sexta série em Ribeirão...

Wagner se apoia no muro e passa as mãos pelos cabelos.

- Meu Deus! E quando é que eu vou ver meu filho de novo, dona Joana?

- Não se preocupe. Eu vou lhe dar o endereço da minha irmã Rosana e você pode ir vê-lo quando quiser e quando puder. Ribeirão Preto não é tão longe assim...

- Se a sua neta deixar... Na última vez que a gente conversou ela não pareceu muito disposta a colaborar com a minha aproximação dele. Acho que ela não falou comigo que voltaria pra Ribeirão justamente pra me afastar do André com todos os motivos do mundo pra isso. Meu filho tem que estudar... e não é aqui em Casa Branca. É a quilômetros longe de mim. Eu vou acabar perdendo meu filho de novo, dona Joana.

- Tenha calma. O que for que vocês tenham conversado, ela vai pensar melhor em casa e vai reconsiderar que o melhor pro menino é ter vocês dois, mesmo que não juntos, mas se entendendo pelo bem dele. Ele pediu pra eu dizer pra você que vai sentir saudades e espera que você vá vê-lo em Ribeirão.

Wagner olha para ela suspreso e feliz.

- Ele disse isso?

- Disse. Ele quer isso. Lute pelo seu filho, Wagner. Dê um final feliz a essa estória que começou de forma tão... torta.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 38

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 14/08/2018
Código do texto: T6418525
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