MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 40

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XL

Mônica ri também e abre a primeira gaveta da mesa, pegando uma ficha que coloca sobre a mesa, diante dele.

Nisso, Cássio repara na aliança de diamantes brilhando no dedo de sua mão esquerda.

- Você pode... preencher essa ficha com seus dados pessoais, por favor. Só pra eu te conhecer melhor e poder depois colocar seus dados no computador.

- Já estou empregado? Poxa... que rápido!

- Não, é só pra adiantar. Eu preciso fazer umas perguntas antes. Pode ser?

- Claro... Lindo anel... ele elogia.

- É uma aliança, ela corrige.

- Mesmo assim... É linda, ele diz, sorrindo.

Mônica apenas recolhe a mão e acaricia a joia com o indicador da outra mão. Disfarça:

- Quanto tempo... de carreira você tem?

- Sete anos, ele responde, já começando a preencher a ficha.

- E por que escolheu a pediatria como especialidade?

- Eu amo criança e sempre quis minimizar o sofrimento delas, desde que era garotinho. É uma coisa que me deixa muito deprimido, ver uma criança sofrer por qualquer motivo.

Mônica fica olhando para ele e se lembra de Cláudio. É como se o estivesse entrevistando. Cássio estranha seu silêncio e ergue os olhos da ficha, olhando para ela.

- Acabou? Só isso?

Mônica se refaz e passa as mãos nos cabelos.

- Você... vai ter uma mulher como sua chefe. Isso vai ser um problema pra você?

Cássio ri um sorriso lindo e responde:

- Claro que não. Eu disse que já sabia que quem dirigia o orfanato era uma mulher e que ela era a viúva do patrono. Nenhum problema.

Ele volta a preencher a ficha e pergunta:

- Meu nome é enorme e minha assinatura não vai caber nesse espacinho? Como eu faço?

- Você pode só rubricar. Eu vou colocar no computador depois... se você for aceito...

Ele faz uma rubrica e devolve a ficha para ela.

- Pronto.

- Obrigada, ela diz, pegando a ficha.

Mônica passa os olhos por ela e, curiosa, lê o nome dele: Cássio Luís Ribeiro Vilella, trinta e um anos, do dia sete de julho, como Cláudio! Seu coração parece querer sair pela boca. As iniciais dele são as mesmas de Cláudio e ele tem apenas um ano a mais que ela. Ao ver sua expressão tão perturbada, ele pergunta:

- Algum problema?

- Não... Não... Está tudo certo.

- Eu já posso saber agora se vou ficar ou não? Ou tenho que esperar alguma coisa?

Mônica ergue os olhos para ele e depois de um instante, consegue dizer:

- Nós... temos um pouco de urgência na contratação de um novo pediatra. O doutor Renato vai viajar na semana que vem... Você... quer... ver as crianças, pra sentir se sua ambientação com elas é boa? Isso é mais importante pra mim, do que qualquer outra coisa. Elas precisam te aceitar, antes de mim.

- Eu concordo. Quantos pediatras já passaram por aqui?

- Só... dois. Meu marido e o doutor Renato. Esse orfanato foi fundado pela minha tia na década de setenta e o Cláudio ficou pouco tempo como diretor aqui, mas... as crianças o adoravam e só se acostumaram com o Renato, porque ele falava mais ou menos a mesma linguagem dele e sabiam que o Cláudio não voltaria... depois que ficou doente. É importante que elas não sintam tanto a diferença. São crianças que já sofrem muito pelo abandono dos pais e o Cláudio era muito carinhoso com todas elas. Você entende isso...

- Eu vou ver o que eu posso fazer, ele diz, se levantando.

- Espera só um pouquinho.

Mônica aperta um botão na parede e em segundos a irmã Gabriela aparece na porta.

- Chamou, Mônica?

- Irmã, este é o doutor Cássio Vilella. Irmã Gabriela, doutor. Está conosco há seis anos.

- Prazer, ele diz.

- Ele veio se candidatar como nosso novo pediatra. Por favor, irmã, leve-o até as salas de aulas para que ele se apresente às crianças.

- Ah, que bom. Seja bem vindo, doutor. Queira me acompanhar.

Antes de seguir a freira, ele se volta para Mônica e estende a mão que ela segura.

- Foi um prazer, Mônica. Espero sinceramente que suas crianças gostem de mim. Eu adorei... o lugar.

Ela não consegue dizer nada. Apenas sorri. Ele sai com a freira e ela se senta pesadamente na cadeira e coloca a mão no peito.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 40

OBRIGADA! BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 14/08/2018
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