MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 42

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XLII

Maria Cecília está sentada na biblioteca, lendo seu livro de História pela terceira vez e, como a professora orientou, anotando tudo que no texto é importante para ela se lembrar.

Ela está iniciando a sétima série do Ginasial e, como nunca gostou de História, quer se esforçar para se sair bem logo no início do ano, para não ter que se preocupar com isso no final, como todo mundo aconselhou. Desde a professora até o avô. E ela não quer decepcionar ninguém, porque entre esses que aconselharam está também seu pai. Seu pensamento se concentra nele e ela olha para a foto do pai, com quem não conversa fisicamente há quase um mês. Olha para o retrato dele e não diz nada. Só fecha os olhos e pensa:

- “Estou com saudade, pai”.

Como sabe que ele pediu que ela tivesse paciência, respira fundo e continua a estudar.

A semana toda, ela enfrenta todas as provas.

Duas semanas depois, Mônica vai até a Escola Estadual Rubião Júnior para a reunião de pais onde vai receber a carteirinha da filha com as notas e, como a menina não pode ir junto, fica esperando pela mãe no orfanato do Desterro, muito ansiosa e nervosa. Fica brincando com as crianças para se distrair e tentando ajudar Cássio a examiná-las, como sempre fazia com Renato que já viajou.

Ele já conhece bem a menina e estranha por vê-la tão calada. Depois de examinar a última criança, ele recolhe o estetoscópio na valise e pergunta:

- Está tudo bem, Maria Cecília?

- Hum, hum... - ela responde, afirmando, ajudando Aninha a se vestir e depois levando-a até a porta para sair do consultório, dando-lhe um beijo no rosto. Depois que a garotinha sai, ela vai se sentar numa cadeira perto da janela.

- Você parece preocupada com alguma coisa... Se quiser, pode ir brincar com as crianças, no pátio. Nós já acabamos aqui.

- Não quero. Estou esperando minha mãe.

- Ela foi à cidade. Já deve estar voltando.

- Eu sei. Ele foi na minha escola. Deve trazer minha carteirinha...

- É isso que está te preocupando?

Ela apenas balança a cabeça, confirmando, e esfrega as mãos. Ele sorri e entende tudo.

- Você não acha que foi bem nas provas?

- Fui, mas a gente sempre se engana com alguma coisa. Eu, às vezes, respondo algumas coisas que a professora não concorda muito...

- Não fique assim. Vai dar tudo certo. Confie em você mesma.

Maria Cecília olha para ele e sorri.

- Você falou quem nem meu pai, agora...

Cássio estranha e uma ruga aparece em sua testa.

- Seu pai? Mas... ele não está morto?

Maria Cecília percebe que falou demais e disfarça.

- Claro... mas minha mãe fala, de vez em quando pra mim, que ele falava assim com ela e... acho que ele falaria isso pra mim agora.

- Ah... Claro. Você não chegou a conhecê-lo, não é?

- Não... Eu tinha quase três meses, quando ele morreu. Mas ele está vivo... no meu coração e é como se eu o conhecesse, porque todo mundo fala sempre dele em casa, inclusive minha mãe.

- Você disse que vai ser enfermeira como ela.

- Vou... A ajuda que eu dou pra você aqui é o que ela fazia com ele, quando o conheceu. Ele era pediatra que nem você.

- Eu sei...

Ela se levanta e vai até a porta, verificar se a mãe está chegando.

- Minha mãe está demorando...

- Mais uns dez minutos e ela está aí. Quanto mais a gente espera, mais demora. Não quer ir tomar um suco comigo na cozinha? Estou morrendo de sede.

- Pode ser...

- Então vem...

Ele a pega pela mão e vai com ela até a cozinha. Pede à irmã cozinheira dois copos de suco.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 42

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 15/08/2018
Reeditado em 15/08/2018
Código do texto: T6419464
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.