MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 47

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XLVII

Maria Cecília se levanta e vai até a porta, abrindo-a. É Cássio.

- Oi, eu vim me despedir. A porta estava trancada, por isso eu bati. Fiz mal?

- Não... – ela diz, segurando a maçaneta com força.

- Posso entrar? Quero te dar um beijo.

Ela abre a porta e ele entra. Olha tudo em volta e se surpreende com a quantidade de livros que existe nas prateleiras das estantes.

- Nossa! É aqui que você estuda?

Ela balança a cabeça confirmando e olha para a cadeira em que o pai estava sentado e se assusta arregalando os olhos ao ver que ele ainda está lá. Cássio olha para o quadro de Cláudio.

- Teu pai deve ter sido um homem muito especial, mesmo. Ele está em todo lugar nessa fazenda e em volta da sua mãe.

Ela não consegue falar. Continua segurando a maçaneta da porta, com a respiração ofegante. Cássio se abaixa perto dela.

- Bom, eu já vou. Eu vou te ver amanhã?

- Não sei... Amanhã, eu vou ter que fazer um trabalho de português com umas colegas aqui na fazenda. Talvez eu não vá pro orfanato.

- Ah, que pena. Você me ajuda muito, sabia? Vou sentir sua falta.

Ela sorri e Cássio lhe beija o rosto.

- Tchau, linda. Adorei conhecer sua casa e estou muito impressionado ainda com as quatro estrelas no portal. São lindas. Obrigado por ter me convidado.

- Acho que você ainda vai voltar mais vezes.

- Se sua mãe me convidar...

Ele pega suas mãos e beija as duas.

- Tchau, Maria Cecília. Seu pai deve estar orgulhoso de você, onde quer que ele esteja.

- Tchau, Cássio. Pode me chamar de Mi.

- Mi? O que é Mi?

- Foi o apelido que meu tio-padrinho me deu, antes de eu nascer. Ele sempre achou meu nome muito grande. Maria Cecília Telles Valle.

- Poxa! É grande mesmo. O meu também é.

- Verdade? E como é?

- Cássio Luís Ribeiro Vilella, com dois eles!

Cláudio sorri, sentado ainda no mesmo lugar.

- Caramba! Você tem as mesmas iniciais do meu pai!

- Sério? Eu pensei que o nome dele fosse só Cláudio Valle.

- Cláudio Leonardo Russel Valle, com dois eles também. CLRV, como você!

Ele olha outra vez para o quadro de Cláudio e diz:

- Caramba mesmo!

Ele sorri e balança a cabeça.

- Bom, eu já vou indo, lindinha. Tchau.

Ele beija sua testa e sai. Maria Cecília fecha a porta e encosta-se a ela.

- Você ficou! Por que você ficou?

- Você disse que não queria que eu fosse... Cláudio diz, com simplicidade.

- Mas... você nunca ficou comigo, quando alguém se aproximava de mim.

- Daqui pra frente, eu vou ter muito pouco tempo pra ficar com você e você sabe que ninguém consegue me ver, só você. Não precisa ter medo.

- Eu sei que eu consigo te ver, porque você deixa. Se você deixasse, ele te veria também?

- Ele sabia que eu estava aqui.

- Como assim? Sabia?

- Não sei... Eu senti que, se ele tivesse ficado mais um pouco aqui, ele me veria.

- Isso é muito maluco, pai. Que ele tem de diferente de todo mundo?

- Não sei, filha... Mas eu gostei dele.

- Gostou? Então você vai deixar ele continuar paquerando minha mãe?

Cláudio sorri.

- Se sua mãe não o impedir primeiro...

- Você ouviu o nome dele? Ele tem as mesmas iniciais que você! Bizarro!

- Bizarro mesmo! Coitadinho, eu sei como é complicado ter um nome tão grande.

Maria Cecília ri gostoso e Cláudio ri também.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 47

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 17/08/2018
Reeditado em 17/08/2018
Código do texto: T6421403
Classificação de conteúdo: seguro
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