MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 48

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XLVIII

Mônica sai com Cássio no terreiro da casa e eles vão conversando até o carro.

- Que pena que Wagner não estava em casa... ela diz. – Você ia adorar conhecê-lo.

- Não vai falar oportunidade...

- Você falou com a Maria Cecília?

- Falei. Sua filha é uma garota bem diferente mesmo.

- Por que você está repetindo isso?

- Ela costuma ficar sozinha na biblioteca sempre?

- É o lugar da casa que ela mais gosta, dentro da casa grande. Já cheguei a ir pegá-la à noite e levá-la pra cama, depois que cheguei do trabalho, porque ela dormiu sentada na poltrona do avô.

- Nossa... E ela sempre tranca a porta da biblioteca quando está lá dentro?

- Estava trancada agora?

- Estava. Eu até pensei que ela estivesse com alguém.

- E estava?

- Não, mas quando eu entrei na biblioteca... pareceu que tinha mais alguém lá com ela.

Mônica olha para ele intrigada.

- Se tivesse alguém, ela me diria.

- Não, foi só impressão minha. Ela estava sozinha. Ela e... o quadro do pai.

Mônica não diz nada, abre a porta do carro.

- Vamos? Eu vou te levar de volta pra cidade. Eu te deixo na pensão.

- Mônica, eu... quero te pedir desculpas pelo que eu falei hoje cedo. Não quis de maneira nenhuma ser invasivo.

- Esqueça... Está tudo bem.

Ele toca a mão dela na porta do carro e ela olha para ele rapidamente.

- Eu só queria te dizer que... vir trabalhar com você foi a melhor coisa que aconteceu comigo este ano. Eu estou muito feliz.

Ela retira a mão debaixo da dele lentamente.

- Cássio, eu...

Sem que ela possa esperar ou impedir, Cássio a beija e ela não tem reação nenhuma, nem evita o beijo. Quando se afasta dele, ela sente a respiração difícil e, zangada, lhe dá um tapa. Cássio se surpreende, colocando a mão no rosto.

- Por que você fez isso?

- Eu não te dei ousadia pra fazer isso.

- Você gostou também, eu senti.

- Você não está dentro de mim pra sentir nada! Você quer voltar a pé pra cidade? São quatro quilômetros!

- Não, claro que não, mas...

- Então cale a boca... de novo. Eu vou levar você, mas não quero ouvir você dizer nada, nem sobre isso, nem sobre nada, ouviu? Apenas... fique quieto!

Ele apenas concorda, balançando a cabeça. Mônica entra no carro e ele dá a volta, entrando também no lado do passageiro. O carro parte. Perto do portal, Cláudio observa tudo e sorri, com alguma tristeza.

- Essa é a minha Mônica... Mas isso não vai te levar a lugar nenhum, meu anjo... Dá uma chance pra ele... Eu tenho que deixar você com alguém que te ame e ame nossa menina. Ele tem todos os requisitos. Me ajuda, meu amor. Para de pensar em mim...

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O carro para diante da pensão e Mônica espera que Cássio saia de dentro dele, mas ele fica e se volta para ela.

- Me desculpa... Me desculpa mesmo. Eu acho que... se você não me despedir agora... nunca mais vai me querer na sua casa. Eu sinto muito.

- Está tudo bem, Cássio. Você não fez nada demais.

- Pode ficar sossegada. Ninguém viu o que eu fiz e eu não vou espalhar.

- Mas poderiam ter visto. Eu não quero que ninguém na fazenda pense que eu... estou me envolvendo com alguém que eu mal conheço...

- A impressão que eu tenho é que te conheço há anos... Eu não sei o que é. Olha... eu só vou te dizer isso mais uma vez, pra nunca mais... você é uma mulher linda, inteligente, madura demais pra sua idade... e está desperdiçando sua vida ficando sozinha. Sua filha vai crescer e logo... vai arranjar um namoradinho, vai se casar e... o que você vai fazer?

- Vou assistir a felicidade dela com orgulho. É o que eu mais quero pra ela...

- Mas e você? Você não quer ser feliz?

- Eu sou feliz...

- Não, não é... Eu percebo isso cada vez que eu vejo você olhar pro quadro do seu marido. Você não é feliz sem ele, mas ele está morto e deve estar bem, se realmente foi um bom homem como dizem...

- Não ouse duvidar disso, Mônica diz, olhando rapidamente para ele.

- Eu não duvido... Quem sou eu pra fazer isso, mas ele não está mais aqui. Você está e tem que continuar vivendo. Pensa nisso... Pensa com carinho em você, mais do que pensa nele. Eu tenho certeza de que, onde estiver, o doutor Cláudio deve estar querendo isso também. Não se enterra com ele.

Mônica olha para ele como se já tivesse ouvido aquelas palavras vindas da boca de outra pessoa.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 48

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 17/08/2018
Código do texto: T6421405
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