MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (FINAL) - PARTE 8

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL - FINAL

PARTE 8

Na manhã seguinte, Maria Cecília se despede, com primo André, das crianças que estiveram na festinha de aniversário da menina: as crianças do orfanato, os coleguinhas da cidade e da escola que vão em dois veículos: a van, dirigida por Cássio, e no carro de Mônica que os leva; e de Claudinho, que volta para casa com o pai.

Depois que todos os carros vão embora, Magda, que ficou com os dois na varanda, diz:

- Vou entrar, crianças. Vão brincar e daqui a pouco eu chamo pros dois tomarem banho pra almoçar.

- Certo, vó, concorda a menina.

Magda olha para André, ainda tímido em relação a ela, e acaricia sua cabeça, entrando. Maria Cecília vai se sentar nos degraus da varanda e André a segue, fazendo o mesmo.

- Sua vó disse pra gente ir brincar... A gente não vai? – André pergunta. – A gente podia ir atrás do Wagner. Ele não está trabalhando com as vacas?

- Por que você não chama a vó Magda de vó e o dindo de pai?

- Não sei fazer isso ainda. Nem sei se pode...

- Claro que pode! Ela é madrasta dele e ele é seu pai!

André fica sério.

- É... Sua festa foi muito legal! – diz ele, mudando totalmente de assunto. - Obrigado por ter me convidado. Nunca fui numa festa tão cheia de gente... Aliás, nunca fui numa festa de aniversário... nem na minha...

- Não se preocupe. Você faz aniversário em setembro, não é?

- É, trinta. Como você sabe?

- Meu dindo me disse. Fica sossegado que você vai ter sua festa. Meu padrinho vai providenciar isso.

- Você acha?

- Tenho certeza.

- De que você brinca aqui? – ele muda de assunto de novo.

- De muita coisa.

André sorri, com ar maroto.

- A gente devia estar na escola agora, não é? Que sorte que a minha mãe deixou eu voltar só hoje... Nunca cabulei aula.

- Eu só não fui porque o dindo falou que você ia ficar e não tinha muita coisa importante na escola hoje. Não gosto muito de faltar na escola.

- Que série você está?

- Sétima e você? Deve estar na sétima também, a gente tem a mesma idade.

- Não, não tem... Eu ainda tenho doze. Vou fazer treze em setembro. Estou na sexta ainda.

- Ah, é mesmo... Mas passa logo.

Eles ficam em silêncio por um momento até que ele sugere:

- Você anda a cavalo, me ensina? Aquele seu cavalo é muito lindo.

Maria Cecília fica triste e responde:

- Meu cavalo não está mais comigo...

- Não está? E onde ele está? Foi vendido?

Ela se levanta e dá uns passos pelo terreiro, ficando diante dele.

- Vem comigo... Quero te mostrar uma coisa, André.

Maria Cecília vai até a cocheira e se aproxima de Neve, o cavalo da tia. Retira o animal da baia e pergunta ao animal:

- Posso passear com você, amiguinho?

O cavalo a segue, dócil, e a menina o leva para fora.

- Que lindo! – exclama André, encantado. - Mas não é esse cavalo que você estava montando naquele dia. O outro era branco puro, parecia coberto de neve.

- Esse é o Neve, filho dele. Tem treze anos como eu. É da minha tia Elis.

- Legal...

Sem nenhuma dificuldade, Maria Cecília monta no cavalo, debaixo dos olhos suspresos de André.

- Uau!

Ela sorri e estende a mão para ele.

- Vem...

- Vem o quê? Aí em cima? Vou nada! Ficou doida?

- Então vai andando do meu lado, mas já aviso que é meio longe.

- Longe onde? Longe o quê?

- A gente vai até um lugar perto dos limites dessa com a outra fazenda. É bem longe.

André pensa um pouco e suspira. Ergue a mão que ela pega e com algum esforço, consegue montar em Neve também, segurando-se na cintura dela meio apreensivo ainda.

- Caraca! É muito alto! Não me deixa cair...

Maria Cecília sorri e avisa:

- Segura bem. Não tem problema.

Ela impulsiona o cavalo que sai a galope. André fecha os olhos no início, mas aos poucos, quando vê que está seguro na cintura dela, os abre de novo e curte o passeio, sorrindo, ainda com o coração galopando também no peito.

Quando param, junto do lugar onde Diamante foi enterrado, Mi ergue a mão que ele segura e ela o ajuda a descer. André desce meio desajeitado. Praticamente cai sentado na grama, mas ri muito, depois disso.

- Que louco! Louco como andar na moto do meu pai!

A menina desce de Neve e bate levemente em seu flanco para que ele fique livre para pastar ali por perto.

- Gostou?

- Adorei! – ele diz, olhando em volta, apoiando o corpo nos braços. – Onde a gente está?

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL - FINAL

PARTE 8

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 25/08/2018
Código do texto: T6429399
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