MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (FINAL) - PARTE 9

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL - FINAL

PARTE 9

Maria Cecília desce de Neve e bate levemente em seu flanco para que ele fique livre para pastar ali por perto.

- Gostou?

- Adorei! – ele diz, olhando em volta, apoiando o corpo nos braços. – Onde a gente está?

A menina se aproxima do local onde Diamante está e onde há uma muda de árvore plantada, ainda pequenininha e diz, com tristeza na voz:

- Meu cavalo está aqui...

André se levanta e aproxima-se dela, olhando também para a cova e a arvorezinha.

- Aqui? Ele... morreu?

Ela nem responde. André coça a nuca e fica sem graça.

- Poxa... Desculpa... Eu não sabia. Quando foi? Não faz nem dois meses que eu te vi montada nele...

- Ele morreu no sábado... de manhã.

- De quê?

- Eu pensei que tivesse sido de velhice, mas minha mãe disse que não foi. Ele foi embora com meu pai...

- Seu pai? Mas seu pai... Onde está seu pai? Eu não vi mesmo ele em nenhum lugar da casa. Eu nunca vi seu pai. Ele não mora aqui? É separado da tia Mônica? Ele não veio no seu aniversário. Onde ele está?

Maria Cecília sorri ainda com expressão triste e olha para o menino.

- Você vai ter que vir muito aqui pra gente colocar em dia tudo que tem acontecido na nossa família desde que você nasceu, André. Meu pai, Cláudio Valle, irmão do seu pai, Wagner Valle... está... morto, há treze anos...

- Morto...? Caramba!

- O Diamante era o cavalo dele. Eles estão juntos agora... no paraíso...

- Ah... entendi. Que árvore é essa? – pergunta ele, tocando nas folhinhas que pendem na pequena muda.

- É um ipê branco, como o Diamante era. Quando crescer, vai dar pra ser visto de longe e todo mundo vai saber que ele está aqui.

O menino fica em silêncio sem saber o que dizer.

- Vamos voltar? Vou te mostrar o Jardim do meu biso.

- Seu quem?

- Meu bisavô, avô do meu pai.

- Ele... está vivo?

Ela ri.

- Não, bobo! Morreu em setembro de 78. Cinco meses depois que eu nasci.

- Credo! Você estava nascendo e eles indo embora!

- Pois é... mas como diz minha mãe... é só uma data.

Os dois vão até o Jardim de Salomão e sentam-se na grama, sob as árvores. Maria Cecília e André colhem jabuticabas e comem, enquanto conversam.

- Espero não estragar nosso apetite no almoço, diz ela. - A vó Magda não gosta, mas hoje acho que ela não vai ligar.

- Esse lugar é tão tranquilo... Você costuma ir na represa também? Lá também é muito legal.

- Não sei como vai ser agora. Eu ia muito lá com o Diamante e...

Ela para de falar e olha para o banco do pai.

- Com quem? – ele pergunta.

- Com meu pai...

- Com seu pai? Como? Ele não está morto?

Maria Cecília sente o peito apertar de saudade, mas lembra do que o pai pediu a ela, antes de ir embora. Ela não devia ficar triste e tinha que ser forte.

- Nada... Você tem razão, falei besteira. Sempre que você vier, a gente vai nadar lá com o dindo.

Eles vêem Wagner se aproximar montado em Apache.

- O dindo! – ela diz, levantando-se.

André se levanta também.

- Procurei vocês até na represa! A vó está chamando.

Wagner desce do cavalo.

- Eu já vou ter que ir embora?

- Depois de tomar um banho e almoçar... infelizmente sim, filho. A mamata acabou, amanhã tem aula e Ribeirão não fica na esquina.

- E quando eu vou voltar?

- Logo... Semana que vem eu vou buscar você e sua mãe e te asseguro que depois vai ficar bem frequente você vir aqui, te prometo. Você vai passar as férias todas de julho aqui.

- Oba! – gritam os dois, batendo nas palmas das mãos um do outro. – E se minha mãe não deixar?

- Ela vai deixar... Vamos logo?

*********************************

A festa de aniversário de Maria Cecília transcorreu em perfeita paz. Todas as pessoas que precisavam estar nela, estavam.

A família da menina: sua mãe Mônica, os avós, Leonardo, Lucila, Magda e Jairo; as tias, Diana, Elis e o padrinho Wagner que tinha conseguido levar o filho André, fora os amigos que tinha comparecido à festa, José Lopes, Carolina e o filho do casal, Cláudio José; Chico, Robério e os demais empregados de Quatro Estrelas. Os amigos de Maria Cecília da Escola Rubião Júnior e do Orfanato do Desterro, e vários amigos da família Valle em toda cidade de Casa Branca.

A festa do décimo terceiro aniversário da filha de Cláudio e Mônica foi o acontecimento do ano na pequena cidade.

Veio fechar um ciclo e iniciar outro. Um novo período de alegria para Mônica, ao lado de Cássio Vilella; Leonardo, Magda, os filhos deles, Diana, Elis e Wagner. Esqueci de alguém?

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL - FINAL

PARTE 9

OBRIGADA SEMPRE!

Velucy
Enviado por Velucy em 25/08/2018
Código do texto: T6429470
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.