MANDY - UMA GATA CHAMADA AMANDA I - PARTE 7

VII – UMA GATA CHAMADA AMANDA

Bufando de raiva, Otávio entrou novamente no carro, deu a volta no meio da avenida que, felizmente estava vazia por ser domingo, e foi embora na direção oposta, queimando pneus.

Marco não perdeu tempo. Seguiu a moça e a alcançou mais adiante. Amanda chorava enquanto corria. Ele emparelhou com ela e perguntou:

- Está tudo bem? Posso ajudar?

- Não! - ela respondeu, sem olhar para ele e sem parar de correr, com as lágrimas rolando no rosto.

- Você vai pra casa a pé?

- Eu moro aqui perto...

- Quer uma carona de bicicleta? Você não está legal.

- Não, quero correr. Estou querendo mais é sumir e correr me acalma. Obrigada.

- Posso ficar do seu lado, então? Só pra prevenir...

Ela parou, pretendendo despachar o enxerido com mais energia e, só então, prestou atenção nele, reconhecendo-o. O rosto molhado quase deixou escapar um sorriso.

- Acho melhor, não. Não quero falar com ninguém... desculpa.

- Eu não falo nada. Só quero... estar perto de você... se precisar...

Ela pareceu ficar aflita entre ficar e ir embora dali correndo. As lágrimas não paravam de rolar. Um táxi vinha se aproximando e ela acenou para ele. O carro parou e ela disse:

- Desculpe, mas eu não estou legal mesmo. Tchau...

Entrou no carro e foi embora. Marco não chegou a se sentir derrotado. Pelo menos tinha falado com ela. Ouvido sua voz que era doce como seu rosto. Tinha valido a pena ir até tão longe de casa. Passava das duas quando chegou em casa e acabou almoçando o prato que a mãe tinha deixado na geladeira, esquentado no microondas. Mas a comida parecia ter sido feita naquela hora. Estava quente e gostosa como nunca.

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Mais tarde, estava entediado em seu quarto e resolveu ir ao cinema. Pensou em chamar Teo para ir junto e apanhou o telefone, ligando para o amigo.

- Não vai dar, meu. Vou jogar pôquer com a irmã da Lídia e ela, na casa dela. Sabe como é. Fazer uma mediazinha com a cunhadinha...

- Que belo programa... ironizou Marco.

- Vai assistir televisão.

- Tenha dó, Teo!

- Um livrinho, ia bem, não?

- Não estou a fim de ficar em casa, cara!

- Então sai sozinho, pombas!

- Sair sozinho é um saco!

- Bem que eu te falei que ter uma namorada só, dava galho. Está vendo? Briga com uma e não tem outra de estepe pra ajudar nessas horas.

- Quem te ouve falar, diz que você tem cinco ou seis, ha, ha. Só anda agarrado na saia da Lídia.

- Não baixa o nível, parceiro. A Lídia é só a matriz. Eu nunca ficaria na pior como você, mentiu Teo.

Na verdade ele também só tinha uma.

- Não estou tão na pior assim, defendeu-se Marco. – Vi a Amanda hoje.

- Que Amanda? - perguntou Teo, fazendo-se de desentendido.

- A Amanda, cara! Amanda Rotemberg, filha do diretor da escola!

- Ah! A Amanda do Otávio!

- Não é mais do Otávio, se é que um dia foi.

- Não? Você matou ele?

- Não, cara. Vira essa boca pra lá! Cruz credo! - disse Marco, batendo no criado mudo ao lado da cama, três vezes. - Eles brigaram, hoje.

- Como é que você sabe? Você viu?

- Vi, lá no clube.

- Por sua causa?

- Quem dera fosse. Ainda não estou com essa bola toda, não. Não sei por que foi, mas eu a vi saindo do carro dele, furiosa e chorando. A coisa foi briga de sabre de luz no escuro.

- Você sabe que isso não fez muito sentido, não sabe? - Teo perguntou, fazendo uma careta.

- É... sei... mas isso não vem ao caso. Só sei que euzinho faleizinho com elazinha.

- Brincou! Você desencantou? - admirou-se Teo, ajeitando-se no sofá.

- Pois é, mas ela estava muito nervosa, não deu pra falar muito. Mas acho que ela me reconheceu, pediu até desculpas pelo nervosismo. Acho que ela não ia me pedir desculpas, se eu fosse qualquer um. Você precisa ver que olho lindo verde que ela tem, cara! Chorando, então... Ela é um sonho!

Ele termina a frase com um suspiro.

UMA GATA CHAMADA AMANDA

PARTE VII

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 28/08/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6432327
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