MANDY - PEDRA NO SAPATO IV - PARTE 5

V – PEDRA NO SAPATO

Marco estava sentado na grama do jardim, com o gato Sherlock e o collie Max, quando os dois carros pararam diante da casa, o que ele não esperava era que Amanda estivesse junto.

- Que mordomia, hein, meu!? - gritou Teo, saindo do Fusca.

Amanda foi a primeira a notar o curativo na testa do rapaz e exclamou baixinho.

- Meu Deus...!

Teo e Lídia entraram e ela apressou-se na frente dos dois, abaixando-se ao lado de Marco.

- Que foi isso?

Marco a beijou, sem pressa de responder.

- Vamos entrar, ele disse, levantando-se. - Lá dentro a gente conversa melhor. Não esperava que você viesse. O Teo falou que eu tinha morrido?

- Não, ele disse só que você estava doente, mas eu não ia conseguir ficar em casa e nem saber só por telefone, sem te ver. Você não ia me contar tudo, ia?

Ele não respondeu. Levantou-se e entraram na casa. Laila apareceu na sala e Marco apresentou Amanda à mãe.

- Mãe, essa é a Amanda. O Teo e a Lídia você já conhece.

Laila cumprimentou Teo e Lídia com um sorriso gentil e segurou as mãos de Amanda.

- Se meu filho se meteu nessa confusão por sua causa, valeu a pena. É um prazer conhecê-la.

- Mãe...!

- Deixa, Marco, eu entendi o que ela quis dizer, falou Amanda. – Obrigada, dona Laila, e sinto muito, ao mesmo tempo. Não pensei e não queria que tivesse ficado tão sério. Foi o Otávio que fez isso?

- Ninguém sabe, Marco respondeu.

- Mas, sentem-se e aí poderão conversar com mais calma, convidou Laila. – Vou trazer um refresco.

Acomodaram-se todos e Teo entregou os cadernos do dia a ele.

- Tem um questionário enorme de Biologia pra fazer, pra sexta que vem... mas como você vai fazer isso eu não sei, com a mão direita machucada.

- Minha mãe me ajuda, não é, mãe? Ela tem uma letra linda. De qualquer forma, valeu, cara. Fico devendo.

- Conta logo, então! Como aconteceu esse monte de atadura?

- Eu estava saindo, ontem, da imobiliária do meu pai e quando já estava para abrir a porta de vidro, alguém jogou uma pedra do tamanho de uma bola de tênis nela de fora pra dentro e o vidro quebrou em cima de mim.

- Nossa! - exclamou Lídia, sinceramente assustada.

- Ninguém viu quem foi? Você estava sozinho? - perguntou Teo.

- Não, meu pai estava comigo e a Hilda, mas, na hora, eles se preocuparam mais em me socorrer do que ver quem tinha sido. Não dá pra acusar ninguém de fato.

Laila veio com o refresco e entrou no assunto:

- Ele teve febre alta de madrugada.

- Mãe, isso não interessa.

- Como não interessa? Eles vieram pra saber de você, não foi? Eu fiquei muito assustada!

- Interessa sim, juntou Amanda. – Febre? Seja lá quem for que tenha jogado essa pedra, quis te machucar de verdade.

- Seu pai não tem ninguém com bronca dele, não? - Teo perguntou.

- Mesmo que fosse alguém com bronca do meu pai, acho muito infantil jogar uma pedra no vidro pra acertar em mim. E meu pai não tem inimigos. Ele trabalha por aqui há anos e nunca aconteceu nada. A pedra foi pra mim mesmo, só não sei da parte de quem.

- O bilhete, Marco... Laila relembrou.

- Um bilhete sem assinatura, também não prova nada, mãe.

- Que bilhete? - perguntaram os três.

Marco contou a história do bilhete anônimo deixado na imobiliária e Teo concluiu:

- Só pode ser, Marco. A mesma pessoa que deixou o bilhete, atirou a pedra.

- Mas eu não sei se foi o Otávio!

- Um cara com ciúmes é capaz de tudo... opinou Lídia.

- E você deve estar bem alegrinha com isso, não é? Estava doida pro Otávio me pegar, já que a amiguinha não fez nada. Eu ainda não esqueci, não, viu?

- Não achei certo você paquerar a Amanda enquanto ela ainda namorava com ele... defendeu-se Lídia.

- Nenhum de nós deve nenhuma satisfação a você!

- Mas vão ter que aguentar o ciúme do Otávio!

- Querem parar, vocês dois! - pediu Teo. – Que saco!... Desculpe, dona Laila.

- Eu vou falar com o Otávio, ainda hoje, falou Amanda. – Ou ele para com isso e me deixa em paz... deixando você também... ou eu vou sair do Paralelo...

- Não! Você não! - exclamou Marco.

- Isso tudo está acontecendo por minha causa, Marco. Se eu não fizer nada, coisa pior pode acontecer com você. Ontem, foi um corte na testa e outro na mão; amanhã, pode ser coisa pior e eu não posso ficar só assistindo a isso.

Ela ergueu-se.

- Preciso ir. Obrigada pelo refresco, dona Laila, e... desculpe por tudo isso. Vou fazer o possível pra não acontecer mais nada.

Amanda beijou Laila e saiu. Marco foi levá-la até o portão e a fez parar e olhar para ele, só então percebeu que ela estava com os olhos cheios de água.

PEDRA NO SAPATO

PARTE V

BOM DIA E OBRIGADA!

QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 08/09/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6442860
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