MANDY - AMANDA & LÍDIA VIII - PARTE 13

XIII – AMANDA & LÍDIA

Marco riu ao ver a surpresa do tio em saber que Teo já tinha dezenove anos.

- É, com aquela cara. Que idade você pensou que ele tivesse?

- A tua idade... Terceiro ano do colégio...

- Ele ficou dois anos sem estudar, depois que o pai morreu... Eu vou lá falar com ele. Já falo contigo. Dá uma olhada no meu material?

- Fica tranquilo.

Marco apanhou a garrafa de Coca-Cola e aproximou-se da mesa onde Teo estava. O rapaz estava com cabeça apoiada na mão e olhava para o copo de cerveja, com ar distante. Só então levantou a cabeça e viu Marco, mas voltou à posição anterior, como se ele fosse a última coisa que queria ver.

- Oi, cara.

Teo não respondeu. Marco estranhou, mas como estava acostumado com o jeito do amigo e imaginando no que ele estaria pensando, relevou.

- Você está bem?

- Estou, ele respondeu, parecendo não querer falar muito.

- Teo, a Amanda realmente não queria fazer aquilo com a Lídia. É que ela passou dos limites...

- Está tudo bem, Marco. A Lídia mereceu. Eu teria feito o mesmo. A Amanda já deve ter aguentado muito. Fim de papo. Eu não aguento mais ela também. Nós terminamos...

- Quê? Terminaram?

Teo tomou um gole de cerveja, limpou os lábios com as costas da mão e sorriu.

- Quer ouvir uma piada legal? Eu ouvi hoje.

- Que piada? - Marco perguntou, estranhando.

O rapaz cruzou os dois braços sobre a mesa e falou, ainda com um sorriso triste nos lábios, olhando nos olhos do amigo:

- Minha namorada é apaixonada por você.

Marco gelou e encostou-se na cadeira, sem esboçar reação.

- Diz alguma coisa! Ou você já sabia?

Marco baixou os olhos, mas depois os ergueu novamente e respondeu:

- Fiquei sabendo hoje, pela Amanda...

- Ela também já sabia, não é? Claro que sim. Só o idiota aqui não percebeu. Ela pega no seu pé demais, de graça, e isso só tem um nome: paixão! Quem desdenha quer comprar, já diz o ditado. Estava o tempo todo na frente do meu nariz e eu nem aí... Também como é que eu ia prever...?

- Eu não sei o que te dizer, Teo... Eu nunca fiz nada pra...

- Claro que não! E eu não te conheço? E não precisa dizer nada também. A gente acabou e eu não quero mais nada com ela... disse ele, esfregando os olhos e respirando fundo.

- Eu sinto muito, de verdade, cara. Ela vai entender que, se antes eu não podia corresponder a isso, agora ainda mais...

- Ela sabe disso! Ela briga tanto com você, porque sabe que não tem chance. Eu era só... uma ponte pra... ela chegar perto de você.

Marco ficou sem palavras, baixou os olhos e ficou olhando para a garrafa de refrigerante a sua frente. Teo tomou outro gole de cerveja, depois apertou os olhos com as mãos e pediu:

- Você se importaria de me deixar sozinho, Marco?

- Eu não vou deixar você aqui, desse jeito. Você não está legal...

- Escuta... se há uma pessoa que não pode realmente me ajudar agora, essa pessoa é você. Não dá pra ser o antídoto do mal que você mesmo provocou... mesmo que sem querer. Você não pode me ajudar!

- Eu não quero perder sua amizade, por uma coisa que eu não fiz, Teo!

- Não... Não, cara, não! Eu não estou magoado nem zangado com você! Você tão tem culpa... Mas eu não posso ficar olhando pra tua cara agora! Dá pra entender? Me deixa sozinho, por favor!

- A gente conversa depois?

- É... depois. Vai... disse ele apertando os olhos, querendo chorar.

Marco ergueu-se, colocou a mão em seu ombro e se afastou dele, indo até perto do tio no balcão, totalmente arrasado.

- Nossa! Você foi pra ajudar e voltou pior? A coisa foi pesada, hein? O que foi que houve, afinal?

Marco respirou fundo, deixou a garrafa de refrigerante que nem tinha bebido sobre o balcão e apanhou os cadernos.

- Depois eu te explico. Tchau, Benê.

Marco saiu da lanchonete, sentindo vontade de falar com o pai. Foi até a imobiliária para ver como ele estava e saber se não havia ocorrido mais nenhum imprevisto.

AMANDA & LÍDIA

PARTE XIII

OBRIGADA E BOA TARDE!

MUITAS BÊNÇÃOS A TODOS

Velucy
Enviado por Velucy em 26/09/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6460253
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