MANDY - DANÇANDO NAS ESTRELAS IX - PARTE 7

VII – DANÇANDO NAS ESTRELAS...

Na manhã seguinte, na escola, os olhares de André e Caio confirmavam a ameaça, logo que ele entrou na sala. Foi sentar-se ao lado de Teo e sua atenção voltou-se para o amigo, que não tinha vindo ao colégio desde a segunda-feira e com quem não tinha falado mais nem por telefone para dar tempo a ele de colocar a cabeça no lugar.

- Oi, cara.

- Oi, Teo respondeu, coçando a nuca, com um sorriso que pretendia ser animado, sem muito sucesso.

- Tudo bem?

- Tudo, e você?

- Preocupado contigo. Você não vem à aula há três dias...

- Eu estou bem, cara. Eu fiquei esses dias todos em casa, pensando... em mim, em você, na Amanda, na Lídia... e cheguei a uma brilhante conclusão: não existe uma mulher só no mundo, sabia?

- Esse conceito é muito relativo pra mim. No momento, a Amanda é a única garota do mundo, porque eu gosto dela. E eu sei que você gosta um bocado da Lídia.

Teo bateu no ombro dele.

- Deixa essa barra que eu aguento sozinho, tá? Você já tem muito que se preocupar. Esquece. Meu astral logo, logo sobe de novo e vai ficar tudo bem. Você devia estar preocupado é com os dois cães de guarda do Tavinho. Eu percebi os olhares amistosos que eles jogaram em cima de você, quando entrou. Pelo jeito, eles não desistiram não. Meu faro diz que o Otávio anda tramando e vai aprontar alguma sujeira grossa.

- E vai... Ameaçaram acabar com o carro do meu pai, ontem.

- O quê?

- Mexer comigo, torcer meu braço, me chamar de mariquinha, eu ainda aguento, mas ameaçar alguma coisa do meu pai... Ontem, eu tive certeza de que foram os dois que acabaram com o pneu do carro e não me admiro se não foram mesmo eles que quebraram o vidro da imobiliária.

- Caramba, meu! Seo Antônio não vai achar nada engraçado esse lance!

- Pra começar, se alguma coisa acontecer com o Monza dele, ele não hesitaria em me trocar por outro. E ele é capaz de colocar São Paulo inteira atrás do Otávio! Eu preciso fazer alguma coisa.

- Deixar a Amanda?

- Nunca! Era declarar que ele venceu, ficou maluco?

- Então o quê? Dar outra surra no cara?

- Não adianta. Dá muito trabalho e eu posso não ter tanta sorte da próxima vez. O delegado já avisou que, se houver próxima, se eu não morrer, você vai me visitar na FEBEM todo sábado, se acontecer antes de dois de junho.

- Isola, cara! - disse Teo, batendo três vezes na carteira.

- Eu pensei em conversar com ele, numa boa...

- Você bebeu café demais, pirou ou o quê? Um cara que faz ameaças desse tipo, não vai querer conversar amigavelmente com você.

- Posso tentar. Um cara que namorou a Amanda deve ter alguma coisa boa dentro dele.

- Eu vou junto...

- Não, eu vou sozinho. Eu vou até a casa dele, se for preciso. Ele não vai fazer nada. Ele é grandão, mas é covarde demais pra me enfrentar sozinho sem os dois anjinhos da guarda ali...

- Posso pelos menos ligar pra funerária?

Marco olhou para ele e não respondeu.

- Não está mais aqui quem falou... disse Teo. – Você vai até o colégio de novo?

- Não, vou até a casa dele. O Otávio não é de briga e não vai querer fazer isso na casa da tia dele.

O professor de Biologia entrou na sala. Os dois ajeitaram-se nas carteiras e Teo ainda perguntou, em voz baixa:

- Você sabe onde ele mora?

- Não. Esperei pela Amanda na entrada pra perguntar para ela e ela não apareceu.

- De repente veio com o pai.

- É, pode ser. No intervalo, eu falo com ela.

- Boa sorte. Espero que a mãe dele não jogue as panelas em cima de você.

- Ele não mora com a mãe. Mora só com a tia. A mãe dele mora em Minas.

- É por isso que é tão asinha solta. Se ele tivesse uma Dona Roseli na cola, não seria assim. Ficaria mansinho em três tempos.

Marco riu e ficaram quietos para prestar atenção no professor que começava a chamada.

DANÇANDO NAS ESTRELAS

PARTE VII

OBRIGADA E BOM DIA!

MUITAS BÊNÇÃOS A TODOS

Velucy
Enviado por Velucy em 30/09/2018
Reeditado em 27/04/2020
Código do texto: T6463450
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.