MANDY - AR & MAR XII - PARTE 3

III – AR & MAR

Marco sorriu e se aproximou, sentando-se à beira da cama. Amanda segurou sua mão esquerda e passou o dedo sobre a aliança.

- Eu chorei muito quando meu pai me contou...

- Contou o quê?

- Que você quis... se casar comigo, apesar de eu estar dormindo...

Marco ficou em silêncio. Amanda ergueu a mão dele e beijou a aliança.

- Por que você fez isso? - ele perguntou.

- É o que eu tive vontade de fazer, quando senti você colocá-la no meu dedo...

- Sentiu?

- Em sonho... Eu sonhava muito com você...

Marco viu que a dela ainda estava pendurada em seu pescoço pela correntinha e começou a explicar.

- Eles tiraram do seu dedo, porque...

- Eu sei... pacientes internados não podem usar acessórios...

Amanda quis tirar a corrente do pescoço e pediu:

- Me ajuda aqui?

Ele a ajudou e tirou a corrente do pescoço dela e a aliança da corrente. Ela estendeu a mão esquerda.

- Coloca de novo? Acho que agora já pode...

Ele pegou a argolinha, sério e emocionado.

- Quer casar comigo... de novo?

- Quero... ela disse, sorrindo.

Ele beijou também a aliança e colocou no dedo dela. Depois a beijou, longa e apaixonadamente, com uma lágrima rolando no rosto.

- Senti tanto a sua falta... senhora Marco Antônio Ramalho...

Os dois riram.

- Agora eu sou Amanda Rotemberg Ramalho? - ela falou.

- É... ele disse, encostando os lábios na testa dela.

- Casada há uma semana...

- Oito dias e cinco horas... ele esclareceu.

- E meu pai falou que eu é que vou decidir se continuo casada ou não com você. Que tudo isso ainda pode ser anulado, se eu não quiser...

- É... na minha concepção, poder... eu acho que não pode, não, porque... dizem que o que Deus uniu, o homem não separa... mas se você não quiser...

Ele a olhou nos olhos.

- Quer dizer que, se eu não quiser, você concorda em anular?

- Eu não posso te forçar a nada. Tomei essa decisão a sua revelia. Eu quase briguei com meu pai, pra ter o consentimento dele e o juiz de menores só autorizou, porque era uma situação... bem singular. Eu tive medo que você fosse...

Amanda colocou a mão sobre os lábios dele.

- Você quer continuar casado comigo?

- Como quero continuar respirando. Mas isso não tem importância agora. Eu já estou feliz por você ter acordado...

Amanda o beijou, apaixonada. Quando se afastaram, Marco falou.

- Só que... há umas condições... que eu tive que aceitar, tanto da parte do meu pai quanto do seu.

- Quais?

- Bom... Até que nós dois terminemos o colégio direitinho, com notas excelentes, até que eu arrume um bom emprego ou mesmo comece a trabalhar com meu pai na imobiliária, preste o vestibular e possa então encontrar um lugar digno pra gente morar junto... nós vamos continuar... solteiros...

Amanda franziu a testa.

- Solteiros?

- É...

- É justo, eu não esperaria outra exigência do meu pai, nesse caso.

- Foi mais exigência do meu pai do que do seu, mas os dois estão super de acordo nesse quesito.

- E isso é mais ou menos quanto tempo?

- Uns dois anos, três...

- Eu aguento, ela disse, num suspiro, olhando para a mão dele. - Se você estiver do meu lado.

- Dois anos passam depressa. Até lá, a gente faz de conta que estamos noivos. Eu não quero te deixar nunca mais, disse ele, abraçando-a com força.

Ela fechou os olhos, se aconchegando no abraço dele.

- E o Otávio, Marco? Você deu sua palavra a ele...

- Dei... e eu... fui falar com ele sobre isso.

- Foi? - ela perguntou, levantando o rosto para olhar para ele.

- O juiz determinou que ele não pode chegar perto da gente a uma distância menor que vinte metros. E ele mesmo disse que não quer me ver nunca mais.

- Tenho pena dele...

- Eu também... Agora, chega de falar de tristeza. Você tem que se recuperar, se alimentar bem, ficar em forma logo. Eu não quero tão cedo falar de coisa triste com você, a não ser... – ele a abraçou, enterrou a mão nos cabelos dela e respirou bem fundo - ...quando estiver morando com você, tiver que sair pro trabalho e tiver que te deixar.

Amanda riu.

- Isso está tão longe ainda...

Ele se afastou, colocou seu rosto entre as mãos e disse sorrindo, olhando nos olhos dela:

- Não importa! Eu sou o cara mais feliz do mundo! Sabe por quê?

Ela balançou a cabeça, negando, sorrindo.

- Porque eu tenho de volta a minha mineirinha, uai!

Amanda riu e o beijou.

AR & MAR

PARTE III

BOA MADRUGADA! NÃO CONSIGO DORMIR!

Velucy
Enviado por Velucy em 07/10/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6469671
Classificação de conteúdo: seguro
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